A Brigada Sul-americana de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba abriu nesta quarta-feira (26/07) as inscrições para 29ª edição das atividades que serão desenvolvidas na ilha caribenha entre janeiro e fevereiro de 2024.
Anualmente, a brigada reúne cerca de 100 ativistas que vão a Cuba desenvolver ações de solidariedade que envolvem atividades no campo, com as organizações sociais locais e além de conhecer pontos históricos do país e militantes de diversas áreas.
O trabalho é coordenado pelo Instituto Cubano de Amizade entre os Povos (ICAP) e pelos movimentos de solidariedade com Cuba em cada país da região, que organizam as delegações e todos os preparativos.
A brigada dura 14 dias, esta será de 22 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024. No entanto, todo custo de participação é do próprio participante. Segundo a organização, para “democratizar o acesso”, são realizadas campanhas financeiras junto aos movimentos e organizações sociais para facilitar a ida e também arrecadar fundos para o trabalho voluntário.
“É feito um esforço de diálogo com movimentos sociais, organizações políticas, coletivos e partidos para que realizem campanhas financeiras para enviar militantes nesse momento ímpar de formação política, com o compromisso de que a pessoa, ao retornar, compartilhe sua experiência com as demais pessoas do grupo”, disse em nota um dos organizadores Thiago Ávila.
Ávila participou pela primeira vez da brigada em 2009. Para ele, a experiência do trabalho voluntário na ilha mudou a vida do socioambientalista, que defende ser possível construir “outras formas de organização social diferentes do capitalismo, com outros valores e que busquem acabar com a exploração, as opressões e a destruição da natureza”.
As inscrições começaram nesta quarta-feira e vão até 26 de agosto. Para se inscrever, é necessário preencher o formulário online.
Divulgação
Inscrições para fazer parte da brigada de 2024 encerram no final de agosto
Leia na íntegra a nota da Brigada Sul-americana de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba:
Praticamente todo mundo que manifestou qualquer posição política progressista no Brasil nos últimos 4 anos já deve ter sido confrontado com a resposta raivosa de conservadores de “vai pra Cuba”. Não importa se a pessoa está falando em defesa da educação pública, da saúde de qualidade, da soberania e independência da interferência dos Estados Unidos ou contra as desigualdades, é muito comum receber como resposta um convite (nada amigável) para ir conhecer a ilha caribenha.
Mas já imaginou se fosse realmente possível ter uma vivência militante nesse país latino-americano que desperta sentimentos tão aflorados nos debates políticos do Brasil e do mundo? Isso é possível através das Brigadas de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba que acontecem todos os anos e são organizadas pelo movimento brasileiro de solidariedade com Cuba em parceria com o Instituto Cubano de Amizade entre os Povos, órgão do governo cubano.
Durante 14 dias uma delegação de 100 pessoas de todas as regiões do Brasil vai se juntar a ativistas de outros países da América do Sul para percorrer o país realizando mutirões agroecológicos, levando doações, conhecendo locais históricos da Revolução, conversando com pessoas nas comunidades e Comitês de Defesa da Revolução (os CDRs), dialogando com organizações sociais diversas e autoridades do país, visitando instalações de saúde, polos científicos produtores de vacina, participando de marchas, descobrindo praias paradisíacas e trocando experiências de construção social e política para fortalecer a solidariedade internacionalista.
A possibilidade de conhecer Cuba em uma perspectiva mais abrangente e profunda que o turismo atrai ativistas de todo o país, unindo pessoas das lutas nas cidades, no campo e nas florestas. Na última edição em 2023 a Brigada foi bastante comentada e gerou polêmica com a presença de comunicadores digitais como o socioambientalista Thiago Ávila, o historiador Gustavo Gaiofato, a sambista e médica Júlia Rocha e o psicólogo Dassayeve Lima. “Foi uma experiência muito intensa e que produz afetos políticos revolucionários e de solidariedade”, relatou Gustavo Gaiofato, que em seu canal no Youtube fez também um relato de sua participação em janeiro de 2023. Para a cantora Júlia Rocha, a brigada é “uma viagem que forma, transforma e inspira”.
Tendo participado pela primeira vez em 2009, Thiago Ávila hoje atua como coordenador nacional das Brigadas de Solidariedade e auxilia na busca, seleção e envio de centenas de militantes todos os anos para conhecer a experiência da Revolução Cubana. “Ter conhecido Cuba e atuado como brigadista mudou minha vida quase 15 anos atrás. Desde então eu já vi milhares de pessoas de vários países também tendo sua trajetória de vida transformada ao perceber que é possível construir outras formas de organização social diferentes do capitalismo, com outros valores e que busquem acabar com a exploração, as opressões e a destruição da Natureza”, relata o socioambientalista. Para o psicólogo Dassayeve, a brigada também foi um momento de intensa transformação: “costumo dizer que cheguei em Cuba brasileiro e saí de lá latino-americano, de tão intensa que foi a vivência. Sem dúvida foi uma das experiências mais transformadoras que já tive”.
Apesar de ser uma viagem internacional (portanto, não é barato), o custo de participação é relativamente baixo comparado a outras viagens. Cada participante deve custear sua viagem, mas para democratizar o acesso é feito um esforço de diálogo com movimentos sociais, organizações políticas, coletivos e partidos para que realizem campanhas financeiras para enviar militantes nesse momento ímpar de formação política, com o compromisso de que a pessoa, ao retornar, compartilhe sua experiência com as demais pessoas do grupo.
As Brigadas de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba envolvem um processo intenso de preparação. “São realizadas atividades preparatórias nacionais online e atividades regionais presenciais que toda pessoa que deseja ser brigadista precisa participar. Por ser um país sob constante ataque do imperialismo estadunidense e sob o bloqueio, temos que ter a responsabilidade redobrada e o compromisso de darmos nosso melhor para que essa experiência fortaleça o povo cubano em suas lutas por soberania e dignidade”.
Para quem sentir esse chamado, a 29ª Brigada Sul-americana de Trabalho Voluntário e Solidariedade com Cuba, que irá ao país dos dias 22 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024, está com inscrições abertas de 26 de julho a 26 de agosto através de um formulário (nesse link: https://bit.ly/BoraPraCuba2024). Quem quiser mais informações pode também assistir ao vídeo introdutório produzido pela coordenação (nesse link: https://bit.ly/BrigadaCuba2024Video).
E aí, bora pra Cuba?