Um confronto entre membros do cartel de Sinaloa e o Exército, no centro da cidade de Culiacán, no México, ocorrido no meio da tarde desta quinta (17/10), levou a polícia do país a libertar o filho do traficante Joaquin “El Chapo” Guzmán, Ovidio Guzmán, que havia sido preso momentos antes.
Autoridades do país disseram ao jornal La Jornada que Ovidio foi libertado para evitar mais violência no município – que é capital de Estado e fica a cerca de 1.200 km ao noroeste da Cidade do México. Na manhã desta sexta (18/10), o presidente Andrés Manuel López Obrador disse ter respaldado a decisão de soltar o filho de El Chapo para “evitar um massacre”.
A reação do cartel à prisão de Ovidio tornou Culiacán cenário de intensos tiroteios e bloqueios em vias da região, deixando um número indeterminado de mortos e feridos. Detentos de uma cadeia da cidade aproveitaram a confusão e fugiram.
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Segundo a polícia, a operação para prender Ovidio não havia sido planejada. Na verdade, dizem as autoridades do país, uma patrulha de rotina de forças federais encontraram o filho do traficante, e não se esperava uma reação tão violenta do cartel.
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Minutos depois da detenção, militares e membros da Guarda Nacional foram rodeados por integrantes do cartel de Sinaloa. O alerta entre os sicários foi difundido de maneira muito veloz, e as forças de segurança foram cercadas por integrantes do cartel que estavam nas casas ao lado.
Rapidamente, os militares se viram numericamente superados – e cercados. Enquanto isso, outras células do cartel realizaram disparos em diversos pontos de Culiacán, em especial no centro da cidade. Moradores foram atingidos pelos disparos.
Integrantes do cartel, então, colocaram Ovidio em um caminhão e o retiraram da área de confronto. Militares e membros da Guarda Nacional recuaram e ser dirigiram até a zona militar da cidade, onde se prepararam para um novo ataque dos sicários – o que não ocorreu.
López Obrador prometeu uma investigação completa sobre o ocorrido. “Dei a instrução para informarem amplamente, de não ocultar absolutamente nada, de dizer a verdade para que todos os mexicanos tenham a informação do que aconteceu em Culiacán”, disse.
(*) Com La Jornada