Quarta-feira, 16 de julho de 2025
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Centenas de edifícios no centro de Túnis, capital da Tunísia, estão deteriorados e têm seus alicerces ameaçados por falta de reparos. As construções, que datam de meados do século 19 e início do século 20, quando o território foi colonizado pela França, foram desenhadas seguindo os estilos art deco e art nouveau de arquitetura.

Apesar de serem associados a um passado de exploração e dominação europeia, os prédios devem ser preservados, segundo arquitetos. Em entrevista ao portal African News, o arquiteto tunisiano Dhouha Al-Jalasi defende que as construções passem por reparos e que os desenhos e características originais sejam mantidas.

“Nós não podemos falar da cidade árabe sem mencionar, ao mesmo tempo, a cidade europeia que está no centro de Túnis. Elas são dois lados de um mesmo coração”, afirma Al-Jalasi.

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Segundo o último censo da cidade, pelo menos 160 construções do período estão sob risco de desabamento. Ainda segundo as autoridades locais, a maioria dos prédios não está habitada.

Para arquitetos, apesar de serem associados a passado de exploração e colonização, prédios devem ser preservados

Reprodução

Segundo arquitetos, apesar de serem associados a passado e exploração e colonização na Tunísia, prédios devem ser preservados

Imed Tahenti, um padeiro de 60 anos de idade que é um dos últimos moradores de um desse prédios, diz que tem resistido há muitos anos diante da pressão do mercado imobiliário.

Em entrevista à agência France 24, Tahenti conta que a imobiliária que comprou o edifício no qual reside desde 1956 agora pede que ele seja desocupado.

Recentemente, a Associação de Edifícios e Memórias francesa pediu às autoridades tunisianas uma “estratégia construtiva para preservar a paisagem arquitetônica histórica”, mas as negociações não vingaram.

Para Bertrand Ficini, vice-diretor da Agência Francesa de Desenvolvimento, “dado o financiamento relativamente baixo que temos conseguido recolher nos últimos anos, a conservação do patrimônio, especialmente do patrimônio europeu, não é uma prioridade para os nossos parceiros”.