Segundo os dados, publicados na revista Population & Sociétés, quase dois terços da população mundial (63%) vive em uma zona geográfica onde a fecundidade é inferior à taxa de renovação geracional – que é de 2,1 filhos por mulher.
“Em 2000, esse era o caso de 45% dos habitantes da Terra”, salienta Le Monde, apontando que o índice hoje só é superior na maior parte da África e em algumas localidades do Oriente Médio, Afeganistão e Paquistão.
Os pesquisadores não separaram os dados por país, mas sim por zonas geográficas, de modo a também identificar a evolução no tema dentro dos próprios Estados.
“As zonas onde as mulheres têm em média mais de 3,5 filhos só atingem 16,1% da população mundial”, afirma o jornal. E mesmo nestes lugares, a baixa da fecundidade está em curso, observa. Apenas no chifre da África, na região do Sahel e na África Central a taxa chega a 5.
Dmitry Makeev/Wikimedia Commons
O estudo, realizado por especialistas da Universidade Livre de Bruxelas, aponta para uma queda vertiginosa da fecundidade
Por que as famílias têm menos filhos?
A pesquisa aponta a evolução da condição da mulher na sociedade para explicar essa queda, como casamentos que ocorrem mais tarde, aumento da escolarização das meninas, o uso de métodos anticoncepcionais e o aceso das mulheres ao mercado de trabalho.
Além disso, a queda da mortalidade infantil, que reduz a “necessidade” de mais nascimentos, e a urbanização das populações, já que o custo de vida nas cidades é superior e os casais dispõem de menos apoio familiar para cuidar das crianças, também são aspectos importantes para essa queda mundial do número de filhos.
“A fecundidade já tinha caído nos anos 2000 na Europa ocidental e na Ásia central. Agora, é o caso também na maior parte das Américas, na Indonésia e nas Filipinas, mas também na Índia, onde certas regiões apresentam uma fecundidade mais baixa que na França”, destaca o geógrafo Christian Vandermotten, citado pelo Monde.