O corpo de uma freira, falecida vítima de uma doença ainda desconhecida há cerca de um ano, foi encontrado dentro de uma mala nas ruas da comuna de Ñuñoa, em Santiago, no Chile. Após a descoberta, a Brigada de Homicídios da Polícia Investigativa (PDI) abriu uma investigação do caso, revelando a existência de um pacto entre a freira falecida e outra religiosa ainda viva.
A descoberta ocorreu na segunda-feira (08/04) e o cadáver encontrado tem características de idade avançada e em um estado de “esqueletização”, ou seja, a última etapa de decomposição, no qual há a desintegração da pele. A informação é do jornal argentino Infobae.
“Entre as duas freiras existia uma espécie de pacto para uma relação de amizade. Isto é que, se uma das duas adoecesse e/ou morresse, tal morte não seria comunicada ou registrada”, informou o PDI segundo o periódico.
A versão é confirmada pelo procurador do Ministério Público do Chile, Francisco Lanas. A religiosa de 80 anos – em depoimento – contou que “mantinha um relacionamento há muitos anos com a falecida, que estava doente e moravam no mesmo endereço”. De acordo com o Infobae, ela não foi detida.
“Essa doença nunca foi tratada e elas fizeram um pacto de se isolarem do mundo e lidarem com a morte da outra sem registrar ou denunciar. Esta pessoa teria morrido há vários meses e depois disso teve o corpo colocado em uma mala, guardada em um armazém”, acrescentou.
No entanto, o plano não foi efetivo uma vez que a morte chegou ao conhecimento da polícia e da imprensa, o que possivelmente evidencia “a participação de uma terceira freira, que teria deixado tudo exposto”, escreveu o Infobae.
Isso por que, no local que a mala foi encontrada, mora a freira e sua filha. A filha, segundo as investigações e o procurador Lanas, regressou ao país faz pouco tempo e ela, então, quem decidiu revelar a mala.
Ainda de acordo com as investigações chilenas, a mala com o corpo foi deixada por um idoso na rua Los Talaveras e posteriormente encontrada por um homem, que abriu o objeto, notou o corpo e fugiu do local.
“Voluntariamente este adulto reuniu-se com a equipe do Laboratório Criminal, dando depoimento” sobre o caso, informou o representante da PDI Juan Luis Fonseca, complementando que a freira vivia na região de Ñuñoa e o pacto existia “pois gostavam muito da falecida e moravam no local”.
Apesar do tom curioso e do corpo não apresentar indícios de violência ou participação de terceiros, o Ministério Público do Chile investiga o pacto feito entre as freiras e como a mala com o corpo foi retirada do armazém e levada até a rua.
Apesar da amizade, a investigação pode levar a acusações legais contra a feira e sua filha.