Uma série de canais do YouTube que se dedicavam à divulgação de vídeos antivacinas tinham acesso ao sistema de publicidade do site e respetivas receitas publicitárias. O fato foi divulgado na semana passada pelo site BuzzFeed News, após o YouTube banir a publicidade desses canais, citando os termos e condições de utilização que proíbem a divulgação de conteúdo considerado “prejudicial e perigoso”.
As pesquisas sobre vacinas no site dão como primeiros resultados vídeos de fontes consideradas críveis, como hospitais. No entanto, segundo apurou o BuzzFeed, o algoritmo de seleção do vídeo seguinte frequentemente escolhia vídeos antivacinas, com publicidade associada.
As empresas anunciantes, inquiridas sobre o assunto, não tinham consciência de que os algoritmos do YouTube colocavam os seus anúncios ao pé de vídeos antivacinas. Várias mostraram desagrado com a situação e retiraram temporariamente os seus anúncios do YouTube.
Na sexta-feira passada (22/02), o YouTube reagiu anunciando de que iria retirar do seu sistema de publicidade todos os canais antivacinas. Segundo a empresa, tratou-se de um caso de infração não detectada, pois tal conteúdo foi sempre contrário aos seus termos de utilização. Além desta medida, este tipo de vídeo passará a exibir ao lado links para o artigo da Wikipedia sobre ceticismo antivacinas.
A publicidade em vídeos, uma importante fonte de receitas do YouTube e dos produtores que nele divulgam os seus vídeos, é escolhida por algoritmos difíceis de escrutinar, pois o site ajusta-os constantemente e mantém-nos sob segredo. O site exclui também uma parte dos vídeos do sistema publicitário, criando uma divisão entre os chamados vídeos chamados monetarizados e desmonetarizados, em função de uma série de critérios definidos nos termos de utilização e que também vão sendo alterados.
Em março do ano passado, estas questões tornaram-se notícia de forma dramática, quando uma mulher que viu o seu canal desmonetarizado se deslocou a um edifício do YouTube e atirou em várias pessoas, suicidando-se em seguida.
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YouTube deixou de monetarizar canais com conteúdo antivacina