Terça-feira, 13 de maio de 2025
APOIE
Menu

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, no dia 16 de janeiro de 2016, pediu ao então juiz Sergio Moro dinheiro da 13ª Vara Federal de Curitiba para financiar a produção de um vídeo sobre as 10 medidas contra a corrupção que seria veiculado pela Rede Globo. O valor seria de R$ 38 mil. As informações foram divulgadas pelo jornalista Reinaldo Azevedo em parceria com o site Intercept Brasil nesta segunda-feira (15/07).

“Você acha que seria possível a destinação de valores da Vara, daqueles mais antigos, se estiverem disponíveis, para um vídeo contra a corrupção, para as 10 medidas, que será veiculado na Globo? A produtora está cobrando apenas custos de terceiro, que dariam uns R$ 38 mil”, disse Dallagnol a Moro em mensagens divulgadas por Azevedo em seu blog e no programa “O É da coisa” na rádio Band News

“Seguem o roteiro e orçamento, caso queira olhar. O roteiro vai sofrer alteração ainda. Avalie de maneira livre e se achar que vai arranhar a imagem da Lava Jato de alguma forma, nem nós queremos”, acrescentou em outra mensagem. No dia seguinte, Moro respondeu: “Se for os 38 mil, acho que é possível. Deixe ver na terça e te respondo”.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Mensagens divulgadas pelo jornalista Reinaldo Azevedo, em parceria com Intercept Brasil, indicam que procurador pediu ao então juiz quantia por volta de 38 mil reais que viria da 13ª Vara Federal de Curitiba

Wikicommons

Procurador pediu ao então juiz quantia por volta de 38 mil reais que viria da 13ª Vara Federal de Curitiba

Reuniões

Ainda nas mensagens, o ex-juiz Sergio Moro aparece marcando uma reunião com integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal – ou seja, da parte investigatória e acusatória – para combinar novas fases da Operação.

Em 3 de setembro de 2015, o chefe da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, enviou a Moro a seguinte mensagem de texto no aplicativo Telegram: “caro, quando seria um bom dia e hora para a reunião com a PF? Sobre aquela questão das prioridades. Sua presença daria uma força moral na questão da prioridade e evitaria dizer que o MPF queira impor agenda”.

Moro respondeu, sem mencionar que uma reunião do tipo iria contra a isenção de seu trabalho: “Sem tempo para reuniões nessa e na próxima semana”.

Em 16 de setembro Deltan insiste: “caro juiz, seria possível reunião no final de segunda para tratarmos de novas fases, inclusive capacidade operacional e data, considerando recesso? Incluiria a PF também”, ao que o então juiz respondeu “que seria oportuno. Mas segunda seria um dia difícil. Terça seria ideal. A não ser que fosse segunda pela manhã”.

*Com Rede Brasil Atual e Fórum