O medo das autoridades internacionais de o surto de ebola ganhar proporções descontroláveis no ocidente é o principal destaque desta semana em Opera Mundi. Em depoimento exclusivo, o brasileiro Yarssan Dambrós Salomão, de 29 anos, conta que era suspeito de ter contraído o vírus durante uma viagem de três meses à África. Quando estava prestes a retornar ao Brasil, foi internado e isolado em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na Espanha.
Com febre alta por vários dias, além de manchas e dores no corpo, o Yarssan viveu momentos de tensão até saber que havia contraído malária, e não ebola. “Pensar que não iria morrer foi um alívio, a suspeita de ebola era forte”, disse a Opera Mundi.
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Arquivo pessoal
Yarssan no Marrocos; a princípio, ele não pensava em ir ao Mali, mas foi convencido após ouvir que 'não havia ebola' na região
Já nos Estados Unidos, o clima de pânico prossegue após a descoberta de contágio de duas das enfermeiras que cuidaram do liberiano Thomas Duncan – o primeira vítima fatal do vírus em território norte-americano.
Nessa semana, surgiram notícias de que autoridades não impediram a enfermeira Amber Vinson de embarcar em um voo comercial mesmo após ela ter registrado leve febre, um dia antes de ter sido diagnosticada com ebola. O clima de ansiedade nos Estados Unidos já levou o país a reforçar medidas em quatro grandes aeroportos internacionais e ainda resultou no fechamento de algumas escolas em Ohio e Texas.
Na quinta, a OMS (Organização Mundial de Saúde) anunciou que vai dedicar maior atenção a 15 países da África com o intuito de prevenir que o ebola se espalhe pelo continente a partir dos três principais locais afetados pelo surto: Libéria, Serra Leoa e Guiné.
Efe
Hospital no Texas onde Duncan morreu e duas outras enfermeiras foram infectadas: médico responsável pediu desculpas
Na lista, constam nações que fazem fronteira com os países mais afetados: Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali e Senegal. Além disso, a organização leva em conta Estados que também mantêm fortes relações comerciais e turísticas, como Benin, Camarões, Gâmbia, Gana, Mauritânia, Nigéria, República-Centro Africana, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Togo.
Nesta semana, a taxa de contágio deve passar de 9 mil casos e 4.500 mortes. O surto continua a atingir funcionários de saúde. Por enquanto, 427 profissionais da área foram infectados e 236 morreram.
No continente africano, houve uma boa notícia nos últimos dias: seis meses após o sequestro de mais de 200 garotas na Nigéria, o governo do país anunciou na sexta-feira (17/10) que chegou a um acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Boko Haram, responsável pelo rapto das meninas. Segundo afirmou o principal assessor do presidente Goodluck Jonathan à agência AFP, o trato entre as partes inclui a liberação das 219 garotas mantidas sob cativeiro desde o mês de abril.
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No Oriente Médio, um assunto que chamou atenção foram as muçulmanas deixam vida no Ocidente para se casarem e fazerem parte do Estado Islâmico. Segundo a inteligência britânica, das 200 ocidentais que estão na Síria, cerca de 60 são inglesas e outras dezenas estão pensando em ir para lá com a esperança de casar com um combatentes da jihad, como a marroquina Umm Nusaybah.
Em entrevista a Opera Mundi, Nusaybah disse ter se aproximado do EI há poucos meses e que há amigas na Síria que a ajudarão. Para ela, o “EI é violento com os inimigos, mas quem vive sob o Califado está bem”. Ao ser indagada sobre o porquê da aproximação com o grupo, disse “querer ajudar a humanidade e que o fará muito em breve seja como professora, babá ou enfermeira”.
Reprodução
Aqsa Mahmood, também conhecida como Umm Layth, tem 20 anos e é escocesa
Já na América Latina, o presidente da Bolívia, Evo Morales, foi reeleito no domingo (12/10) para o terceiro mandato de cinco anos. A contagem realizada pelo instituto Ipsos aponta que o mandatário obteve 59,7% dos votos, contra 25,1% do principal opositor, Samuel Doria Medina, que reconheceu a derrota. O MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Evo, obteve, até o momento, 80 deputados de um total de 130 e 24 senadores de 36.
A reeleição de Morales representa o apoio da maior parte da “população ao programa econômico desenvolvido por ele, que significa mais presença do Estado, com a estatização de setores importantes para o país, como os hidrocarbonetos”, e a implementação de diversos programas sociais, de acordo com o jornalista e consultor da emissora TeleSUR, Beto Almeida.
Segundo um artigo do FMI publicado no início deste mês, a Bolívia é o país que mais crescerá na América Latina, junto com a Colômbia. Apesar da economia em expansão, o maior desafio do país nos próximos anos será superar totalmente a pobreza extrema, que, segundo a ONU atinge 25,4% da população. Questões econômicas, infraestrutura e os desafios sociais que persistem no país estão entre os desafios centrais de Morales.
Vídeo – Excluídos da eleição brasileira, 40 mil votam em SP para presidente da Bolívia:
Sínodo no Vaticano
Outro assunto que chamou atenção nos últimos dias foi a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, que ocorre no Vaticano até amanhã (19/10). Trata-se de uma convocação feita pelo papa Francisco para discutir formas de aproximar os católicos da linguagem da Igreja sobre temas relacionados à família, como casamento, divórcio, homossexualidade e sexo. O encontro reúne 253 participantes entre bispos e leigos que contribuem com depoimentos sobre as questões abordadas.
Na quarta (15/10), o relator-geral do Sínodo Extraordinário sobre a Família, Péter Erdo, afirmou que o texto que sinaliza uma possível abertura da Igreja Católica a pessoas homossexuais e casais divorciados que voltaram a se casar deve passar por “modificações”.
O pronunciamento foi realizado após as críticas de setores conservadores da Igreja, que questionaram a divulgação do resumo dos trabalhos, feita na segunda-feira (13/10), e ressaltaram que não se deve dar a impressão de que a Igreja católica “vê de modo positivo a orientação homossexual”.
Efe
A 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, responsável pelo documento, ocorre até domingo (19/10)