A Confederação Sindical Internacional (ITUC/CSI) lançou nesta terça-feira (20/09) em Nova York, nos EUA, uma campanha internacional em apoio ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Chamada “Stand with Lula” (“Apoie Lula”, em tradução livre), a campanha foi apresentada por Sharan Burrow, secretária-geral da ITUC/CSI, entidade que representa 180 milhões de trabalhadores sindicalizados de 162 países. Segundo ela, o objetivo da mobilização é defender Lula de abusos judiciais no Brasil e denunciar os “poderosos interesses” que tentam impedir sua livre atuação política.
“O sistema judiciário brasileiro está agora em evidência, pois interesses corporativos poderosos tentam usá-lo para atacar Lula, o Partido dos Trabalhadores, além do seu gigantesco legado de mais de uma década de avanços sociais e econômicos. Nós apoiamos Lula e nos opomos veementemente ao mau uso do poder Judiciário para persegui-lo”, afirmou Burrow.
Ricardo Stuckert
O ex-presidente Lula fala via teleconferência a participantes do ato de lançamento da campanha “Stand With Lula”
No evento estiveram presentes sindicalistas de vários países, entre eles o brasileiro João Antonio Felicio, presidente da ITUC/CSI, e Tefere Gebre, vice-presidente da AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), maior central operária dos EUA e Canadá, assim como advogados, juristas e defensores dos direitos humanos com atuação internacional.
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O advogado Geoffrey Robertson falou sobre a petição apresentada por ele em nome de Lula ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, no qual o ex-presidente acusa o juiz Sérgio Moro e procuradores federais da Operação Lava Jato de abuso de poder e violação da Convenção Internacional de Direitos Políticos e Civis.
“A comunidade jurídica internacional está chocada com as violações cometidas pelos promotores da Lava Jato contra Lula e sua família. Trata-se de uma perseguição a Lula e não de um processo”, disse Robertson. “É por isso que levamos este caso à Comissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra. Tenho me reunido com diversos advogados e defensores dos direitos humanos aqui nos Estados Unidos, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, para dar a eles um panorama da situação no Brasil”, afirmou o advogado, que já atuou em defesa do jornalista Julian Assange, fundador do WikiLeaks.
Lula participou por meio de teleconferência desde São Paulo e falou sobre as acusações do MPF (Ministério Público Federal) contra ele, de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, que foram aceitas nesta terça-feira (20/09) pelo juiz Sérgio Moro. Lula, sua esposa, Marisa Letícia, e mais seis pessoas são, portanto, réus no processo que é parte da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, e serão julgados por Moro em Curitiba.