O Museu do Louvre, em Paris, exibe pela primeira vez a partir desta quinta-feira esculturas monumentais em basalto que decoravam o palácio do rei arameu Kapara, 900 anos antes de Cristo, restauradas após os grandes estragos que sofreram durante a Segunda Guerra Mundial.
A mostra faz parte da exposição “Reinos Esquecidos – do Império Hitita aos Arameus”, que convida o visitante a “redescobrir os locais míticos dessa civilização esquecida”.
“A queda do império hitita, 1200 a.C., fez aparecer os reinos neo-hititas e arameus nos territórios atualmente da Turquia e da Síria, que foram herdeiros das suas tradições políticas, culturais e artísticas”, contou à Agência Efe o curador da mostra, Vincent Blanchard.
A exposição apresenta pela primeira vez na França as partes de Tell Halaf, importante sítio arqueológico da Síria, encontrada perto da atual fronteira com a Turquia e onde o barão alemão Max Von Oppenheim descobriu entre 1911 e 1913 o palácio do rei Kapara.
No entanto, os tesouros neo-hititas tiveram uma história turbulenta. Em 1928, o alemão, que também era arqueólogo, levou para Berlim as esculturas monumentais em basalto que decoravam o palácio real e que foram expostas na capital alemã em 1930, em uma antiga fundição transformada em museu. Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, uma bomba de fósforo caiu no local.
“Os bombeiros que foram apagar as chamas provocaram involuntariamente a destruição do basalto”, revelou Blanchard.
Milhares de fragmentos ficaram guardados em Berlim por mais de 50 anos.
“No final dos anos 90, tentaram reconstruir estas estátuas e a partir dos 27 mil fragmentos foi possível refazer 65 elementos, estátuas, relevos e itens da arquitetura”, explicou curador.
Para Blanchard, a exposição, que ficará aberta ao público até 12 de agosto, é “um testemunho surpreendente dos esforços realizados para preservar o patrimônio em risco”.
EFE/Diana Buitrago
Colunas encontradas em Tell Halaf em 1928 estão expostas no Louvre