Um grupo de cientistas de vários países anunciou nesta segunda-feira (14/09) a descoberta do gás fosfina na atmosfera de Vênus, o que poderia indicar a existência de vida microbiana no planeta.
Segundo o estudo, publicado na revista Nature Astronomy, os indícios podem “apontar para a presença de vida nas nuvens do planeta”. A fosfina é uma substância conhecida na Terra, encontrada na produção industrial ou produzida por micróbios anaeróbicos (que não necessitam de oxigênio) presentes na atmosfera do nosso planeta.
Os cientistas ainda não sabem a origem da produção de fosfina em Vênus e acreditam se tratar de processos fotoquímicos ou geoquímicos desconhecidos. Para os especialistas, a descoberta é promisso, já que esse gás só pode ser encontrado em origens biológicas.
William Bains, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, considerou duas possibilidades: “pode haver alguma reação completamente desconhecida que está criando fosfina em Vênus, ou, a mais excitante, pode ser vida”.
A líder da equipe de pesquisadores, Jane Greaves, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, disse que podem existir “habitats nas nuvens de Vênus, ou seja, algum lugar onde pequenas formas de vida possam existir”.
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Moléculas de fosfina foram encontradas na atmosfera do planeta
“Quando falamos em habitats estamos nos referindo às nuvens, que estão a mais ou menos 15 quilômetros de altitude, e nessas nuvens altas, apesar de ser muito ácido, é também razoavelmente quente e com pressão parecida com a da Terra, por isso tratamos como um possível habitat”, disse a cientista.
A equipe liderada por Greaves buscava traços de fosfina em Vênus desde 2016 por meio de telescópios de rádio, um no Havaí e outro no deserto do Atacama, no Chile.
Sara Seager, pesquisadora do MIT, manifestou a empolgação da descoberta, mas destacou que “não estamos afirmando que encontramos vida em Vênus”.
“Estamos procurando por sinais de vida em exoplanetas, procurando por gases que não esperamos que estejam lá e há muitas missões em busca de potenciais sinais de vida em nosso Sistema Solar”, disse a pesquisadora.