O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira (17/07) que a nova quarentena obrigatória no país, que começa neste sábado (18/07), vai permitir a abertura parcial e escalonada nas diferentes províncias, a depender da situação da pandemia em cada uma delas. A nova quarentena vai até 2 de agosto.
“Vamos tratar de voltar à vida habitual neste mundo. Vamos fazê-la escalonadamente. Mas, se tivermos que voltar atrás, voltaremos atrás. Se houver que ajustar, ajustamos”, disse, em pronunciamento ao lado do governador da província de Buenos Aires, o kircnherista Axel Kicillof, e o prefeito da capital, o opositor Horário Rodríguez Larreta.
E é justamente na capital onde a situação está pior – 91% dos casos acontecem na Área Metropolitana de Buenos Aires. “Estamos muito longe de pensar que a situação está superada”, afirmou Fernández.
Segundo Larreta, na cidade, os comércios começarão a reabrir gradualmente, começando pelos de bairro. Salões de beleza também devem voltar a funcionar de maneira gradual e igrejas não poderão realizar cultos com mais de 10 pessoas.
Os moradores da cidade também poderão voltar a fazer atividades físicas nas ruas, mas o transporte público continuará reservado aos trabalhadores de serviços essenciais.
Casa Rosada
Fernández (c), com Larreta (e) e Kicillof (d): abertura ‘escalonada’
De acordo com o presidente, o pico de mortes na Argentina se deu neste mês e a tendência é que os falecimentos continuem caindo. Uma das razões para isso é o aumento na capacidade hospitalar, principalmente na região de Buenos Aires. “[Não fosse isso,] Estaríamos muito mais perto da saturação”, afirmou.
Fernández disse que os cuidados para evitar a contaminação devem continuar, mas que as projeções são boas. “Se está alcançando o melhor momento que já se viveu no país [desde o início da pandemia] com alguns dados otimistas, que permite pensar que a estratégia serviu e permitiu corrigir algumas coisas.”
O país está em quarentena obrigatória desde 20 de março e, desde então, já ensaiou reaberturas, que foram interrompidas na capital, por exemplo. Segundo a Universidade Johns Hopkins, o país tem cerca de 115 mil casos registrados (2.359 a cada milhão de habitantes), com 2.133 mortes (45,36/milhão de habitantes). Para efeito de comparação, o Brasil tem 2,01 milhões de casos (9.466/milhão) e 77 mil mortes (360/milhão).