Os primeiros caminhões da Venezuela que estão trazendo doações de oxigênio para os hospitais do Amazonas, que sofre com falta da substância nos hospitais, estão a cerca de 300 km da fronteira com o Brasil na tarde deste domingo (17/01).
O oxigênio vem de uma fábrica estatal venezuelana em Puerto Ordaz, no Estado de Bolívar, sem custo para o Brasil, pois o governo Maduro está doando o insumo ao governo do Amazonas. “Esse envio tem caráter de ajuda humanitária, por isso a Venezuela não está cobrando nada por isso. Inclusive a logística dessas primeiras cargas está sendo fornecida por nós [poder público venezuelano]”, disse o governador de Bolívar, Justo Noguera.
A fábrica fica a 1.500 km de Manaus e os caminhões vão levar de 3 a 5 dias de viagem, de acordo com as autoridades venezuelanas. Caracas planeja mandar ao menos oito caminhões com 18 toneladas de oxigênio cada.
A ideia de poder ajudar os brasileiros animou tanto o governador que ele decidiu colocar sua própria escolta para acompanhar a carga até a fronteira da Venezuela com o Brasil. Ele também vai acompanhar pessoalmente a saída dos caminhões da fábrica. “Já estamos resolvendo os últimos detalhes, pois recebemos orientação de uma equipe sanitária do Brasil e adequamos tudo às normas brasileiras”, ressalta Noguera.
George Oliveira
Caminhões venezuelanos trazendo oxigênio para Amazonas estão próximos à fronteira com Brasil
Essa fábrica da Venezuela abriu mão de dois terços da produção de oxigênio para enviar ao Brasil. “Nossa produção diária é de 54 toneladas, desse total vamos enviar 36 toneladas ao Brasil. O governador do Amazonas também vai enviar caminhões e cilindros para buscar oxigênio na Venezuela a partir da semana que vem”, afirma o governador.
A iniciativa, no entanto, não afeta a situação interna da Venezuela, já que o país tem uma das menores taxas de contágio de covid-19 da América Latina. Antes da pandemia, essa fábrica não estava funcionando e foi reativada em março de 2020 para atender a emergência sanitária provocada pela pandemia.
(*) Com reportagem de Fania Rodrigues