Com direito a aglomeração, uma cerimônia com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e governadores marcou nesta segunda-feira (18/01) o início da distribuição da vacina Coronavac para todos os estados brasileiros. No domingo (17/01), Pazuello havia dito que o programa nacional de imunização contra a covid-19 começaria na quarta-feira (20/01), mas, pressionado por governadores, afirmou que os Estados podem iniciar a vacinação ainda hoje.
“Acho que a gente pode começar [a vacinação] hoje ao final do expediente”, disse o ministro. Pazuello negou o pedido da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), para usar todo o lote destinado a cada Estado imediatamente.
Mapa da vacinação no mundo: quantas pessoas já foram imunizadas contra covid-19?
“Não podemos fazer isso, essa vacina precisa ser trabalhada dessa forma”, declarou o ministro, justificando que o tempo entre as duas doses da Coronavac é curto (de 14 a 28 dias), o que obriga os governadores a reservarem parte do lote para a segunda aplicação.
O imunizante do laboratório chinês Sinovac foi trazido ao país graças a uma parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, e recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste domingo.
A cerimônia ocorreu em um galpão em Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista, após Pazuello ter dito que não faria um “ato simbólico” ou uma “jogada de marketing”.
Governo de São Paulo
Anvisa autorizou uso emergencial da Coronavac
Cerca de 10 minutos depois da aprovação da Coronavac pela Anvisa, o governo de São Paulo deu a largada na vacinação no Hospital das Clínicas da capital paulista, começando com a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos.
Mais de 100 pessoas foram vacinadas no domingo, e a gestão de João Doria inicia nesta segunda-feira a distribuição de doses, seringas e agulhas por seis hospitais-escola da capital e de Ribeirão Preto, Campinas, Botucatu, Marília e São José do Rio Preto.
O Butantan disponibilizou 4,6 milhões de doses para o Ministério da Saúde, enquanto outras quase 1,4 milhão ficam em São Paulo. O instituto ainda apresentará outro pedido à Anvisa para autorização de uso emergencial de 4,8 milhões de doses envasadas em São Paulo a partir do princípio ativo enviado pela Sinovac.
Essas unidades já estão prontas, mas a agência pediu para o Butantan fazer uma solicitação separada em relação às doses envasadas e entregues pela empresa chinesa. A expectativa do instituto é de uma decisão ainda nesta semana.