O presidente da Argentina, Alberto Fernández, defendeu nesta quinta-feira (26/03) a suspensão dos bloqueios econômicos dos Estados Unidos contra Cuba e Venezuela para que tais países tenham recursos para combater a pandemia do novo coronavírus.
“Frente a uma pandemia como essa, nós temos que nos preocupar com esses povos que, por uma decisão política de alguém, estão submetidos a um bloqueio que não deixa chegar nem comida, nem remédios”, disse o presidente argentino.
Em entrevista à Televisión Pública argentina, Fernández disse que pediu ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, em sua condição de atual presidente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que convoque uma reunião com os membros da comunidade para discutirem o que está acontecendo com os países bloqueados.
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“Devemos [suspender as sanções] por uma questão humanitária. De manhã falei com o presidente do México e disse a Andrés Manuel López Obrador que ele, como atual presidente da Celac, tinha que chamar todos os membros da Celac para discutirmos o que está acontecendo com dois países bloqueados, que são Venezuela e Cuba”, disse.
Casa Rosada
Fernández: ‘Temos que nos preocupar com esses povos que, por uma decisão política de alguém, estão submetidos a um bloqueio’
“Isso não é uma questão política, é uma questão humanitária. Não podemos dizer que não nos interessa a vida de um homem se o condenamos a um abandono como esse. Eu sou muito decidido nesses temas. Não há direitos para meus amigos e direitos para meus inimigos, todos têm direitos. Todos os povos têm o direito de viver bem e viver com saúde”, afirmou.
Fernández, que no encontro do G20 propôs a criação de um fundo de emergência humanitária, apontou que ninguém está isento do vírus. “O mundo é uma grande aldeia e temos que assumir tudo o que se supõe”, disse.
O mandatário também defendeu a mudança de um sistema capitalista que se foca mais no especulativo do que na produção. “Temos que revisar como o mundo funciona e pensar se não precisarmos criar um sistema mais igualitário para que todos tenham acesso a bens e serviços básicos”, afirmou.
*Com Cubadebate