Uma pesquisa de soropositividade para a Sars-CoV-2 conduzida pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat) da Itália apontou nesta segunda-feira (03/08) que o número real de contaminados pelo novo coronavírus pode ser até seis vezes maior, totalizando quase 1,5 milhão de infectados.
O estudo também tinha como intuito estimar o percentual da população supostamente imunizada. A Itália contabiliza atualmente 248.229 casos confirmados do novo coronavírus.
Os resultados ainda são provisórios e dizem respeito a 64.660 pessoas submetidas a exames sorológicos que detectam a presença de anticorpos para o novo coronavírus a partir de amostras de sangue.
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Dos voluntários testados na pesquisa, 2,5% apresentaram IgG positivo, o que, extrapolando para o total da população da Itália, representaria 1,48 milhão de pessoas. Desse total, 27,3% eram assintomáticos. A presença da imunoglobulina G indica que a pessoa já teve contato com o patógeno em algum momento da vida.
ANPAS
Itália contabiliza atualmente 248.229 casos confirmados do novo coronavírus
O plano inicial do governo era testar 150 mil indivíduos, mas, segundo comunicado oficial, “a condução da campanha em condições emergenciais não permitiu alcançar totalmente a amostra originariamente programada”.
A Cruz Vermelha, que executou os exames, teve bastante dificuldade para recrutar voluntários nas primeiras semanas devido à disseminação de notícias falsas sobre a confiabilidade do estudo.
Imunidade de rebanho
A pesquisa também mostra que, mesmo tendo sido um dos países mais atingidos pela pandemia, a Itália ainda está longe de uma eventual imunidade rebanho, ou seja, quando a proporção de imunizados na população é grande o suficiente para evitar que o vírus continue se espalhando.
Especialistas estimam esse patamar entre 60% e 70%, mas algumas pesquisas preliminares já apontam que o número pode ser menor. No entanto, mesmo na Lombardia, epicentro da pandemia na Itália, o percentual de indivíduos com anticorpos para o novo coronavírus ficou abaixo de 10%, em 7,5%, maior índice entre as 20 regiões do país.
Já nas ilhas da Sardenha e da Sicília, essa taxa é de apenas 0,3%. A Lombardia concentra 50,9% das positividades registradas pelo estudo, sendo que em Bergamo, uma das províncias mais atingidas, o índice de soropositividade é de 24%.