Quarta-feira, 16 de julho de 2025
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) acusou, indiretamente, Elon Musk de espalhar “fake news”, após um tuíte publicado pelo bilionário nesta quinta-feira (23/03). Ele pediu para os países “não cederem sua autoridade” ante ao projeto de acordo internacional de combate a pandemias.

A polêmica começou no início do dia, quando Elon Musk respondeu a um tuíte dizendo: “Os países não devem ceder sua autoridade à OMS”. Ele se referia às discussões em andamento na agência da Organicação das Nações Unidas (ONU) para estabelecer um acordo para ajudar na prevenção e combate às pandemias.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, primeiro respondeu a ele no Twitter: “Os países não cedem sua soberania à OMS”. “O acordo pandêmico não vai mudar isso. O acordo ajudará os países a se protegerem melhor contra pandemias. Isso nos ajudará a proteger melhor as pessoas, quer vivam em países ricos ou pobres”, afirmou.

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Pouco depois, Ghebreyesus voltou ao assunto no início de sua coletiva de imprensa semanal sobre questões globais de saúde, mencionando a “desinformação” sobre o acordo que circulava nas redes sociais. “A alegação de que o acordo cederá poder à OMS é simplesmente falsa. Isso é ‘fake news’”, continuou ele.

Proposta apresentada aos países membros é criticada pelo empresário, mas entidade assegura que ‘vai ajudar os países a se protegerem melhor contra pandemias’

Flickr / Nvidia Corporation

Polêmica começou quando Musk respondeu a um tuíte dizendo que ‘os países não devem ceder sua autoridade à OMS’

O diretor-geral assegurou que “são os países que vão decidir o que diz o acordo, e só eles”, e que “irão implementar o decidido segundo suas próprias leis”. Ghebreyesus acrescentou que “se algum político, empresário ou qualquer outra pessoa estiver confuso sobre o que é e o que não é o acordo pandêmico, ficaremos mais do que felizes em discutir e explicar” o assunto.

Negociações sobre acordo

No início de março, Ghebreyesus disse a repórteres que os estados membros da OMS logo iniciariam negociações sobre o rascunho do acordo, inclusive abordando questões de compartilhamento de informações e acesso desigual a vacinas, observadas entre países ricos e países em desenvolvimento na pandemia da Covid. O acordo também fortaleceria as capacidades nacionais, regionais e globais de preparação, detecção, alerta e resposta a pandemias.

Ele disse esperar que as negociações possam ser concluídas até maio de 2024 e pediu aos países “que aprendam as lições desta pandemia” para não repetir os mesmos erros.

O projeto de acordo nasceu na sequência do fracasso da comunidade internacional em lidar com a pandemia de Covid-19 – tanto os Estados, quanto a OMS, que foi acusada de ter agido tarde demais e de forma pouco solidária.