Uma pesquisa da Oxfam divulgada nesta segunda-feira (27/07) apontou que, desde o início da implementação de medidas para conter o avanço do novo coronavírus na América Latina e no Caribe, 73 bilionários da região expandiram as suas fortunas em US$ 48,2 bilhões (aproximadamente R$ 251,3 bilhões) entre março e junho.
Segundo o estudo, o valor equivale a 38% dos recursos utilizados em políticas de estímulo econômico adotadas por todos os países da região. Além disso, a organização estima que a cada duas semanas surgiu um novo bilionário na América Latina e Caribe.
Para a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, os dados mostram que “a covid-19 não é igual para todos” e que “enquanto a maioria da população se arrisca a ser contaminada para não perder emprego ou para comprar o alimento da sua família no dia seguinte, os bilionários não têm com o que se preocupar”.
“Eles estão em outro mundo, o dos privilégios e das fortunas que seguem crescendo em meio à talvez maior crise econômica, social e de saúde do planeta no último século”, afirma.
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Oxfam estima que o desemprego na região alcance cerca de 40 milhões de pessoas e 52 milhões entrarão na faixa de pobreza
A organização, que atual em cerca de 90 países pelo mundo com campanhas, programas e ajuda humanitária, ainda prevê que o desemprego na região alcançará cerca de 40 milhões de pessoas e 52 milhões entrarão na faixa de pobreza.
No Brasil, 42 bilionários aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões no período, o equivalente a aproximadamente R$ 177 bilhões. “Os dados são assustadores”, afirma Maia. Segundo a diretora-executiva, a situação reforça que “está mais do que na hora da elite brasileira contribuir renunciando a privilégios e pagando mais e melhores impostos”.
Os números compilados pela Oxfam foram embasados na lista de bilionários da Forbes, que foi publicada ainda este ano, e no ranqueamento de bilionários em tempo real também da Forbes.
*Com Brasil de Fato e Sputnik