Neste ano, o evento, que começou na última terça-feira (05/09), segue até a próxima quarta-feira (13/09), em São Paulo (SP), com exibições no Cinesesc São Paulo e no Centro de Pesquisa e Formação. Em seguida, a programação vai para Salvador (BA), e fica em cartaz entre os dias 13 e 18 de setembro.
Ana Camila Esteves, idealizadora e curadora da mostra, participou nesta sexta-feira (08/09) do programa Central do Brasil, no canal de Youtube do Brasil de Fato. Ela falou sobre as exibições em destaque e sobre a proposta do espaço. Segundo ela, o objetivo essencial é abrir a percepção do público brasileiro para o que está acontecendo de mais recente e relevante na produção audiovisual dos países africanos.
“A ideia foi sempre trazer para o Brasil filmes africanos contemporâneos. São filmes que a gente não tem acesso aqui no Brasil, que raramente passam dos festivais para o circuito comercial de cinema. A ideia foi trazer esses filmes para que pudéssemos ampliar esse repertório de cinema africano aqui no Brasil. A gente quer dar acesso a esses filmes para que eles passem fazer parte dos nossos hábitos”, afirmou.
Uma das principais frentes de atuação da mostra é defender a diversidade do continente e apresentar a riqueza cultural e estética dos cinemas africanos.
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Filme ‘No Cemitério do Cinema’ (França/Senegal/Guiné/Arábia Saudita) será exibido na terça-feira (12/09)
“A gente não pode falar de África no singular. Não resolve a questão, porque todo continente tem experiências compartilhadas, experiências comuns. Então, falar de África não é necessariamente um problema. Mas, aqui no Brasil e em muitos outros países, existe esse imaginário de que África é uma coisa só. E a gente sabe que não. O continente africano tem mais de cinquenta países, ele é diverso em tudo”, provocou.
Esteves faz essa ressalva para defender que a diversidade, a princípio geográfica, também se estende para o modo de fazer de cinema.
“A ideia de falar cinemas africanos, no plural, é para trazer logo de cara que a gente tá lidando com uma diversidade que está não só na questão regional, mas também na diversidade de estilos, de estética, de gêneros. Torna-se uma questão política também pautar o continente a partir dessa ideia do plural mesmo”, concluiu.
A Mostra de Cinemas Africanos reúne 29 filmes de 12 países diferentes. As sessões são gratuitas. Nesta edição, o festival traz três cineastas internacionais convidados: Alassane Diago (Senegal), Moussa Sène Absa (Senegal) e C.J. Obasi (Nigéria), que é diretor do filme que estreou no festival, no último dia 6, Mami Wata. A obra conta com a brasileira Lílis Soares na direção de fotografia.