Ao menos 48 pessoas morreram na série de terremotos que atingiu a costa oeste da região central do Japão nesta segunda-feira (01/01), segundo balanço divulgado nesta terça-feira (02/01) pelas autoridades japonesas.
Anteriormente, os responsáveis haviam dito que 30 pessoas morreram nos abalos. As autoridades também suspenderam o alerta de tsunami emitido nesta segunda-feira, em vigor durante 18 horas, ao longo da costa ocidental das ilhas de Honshu e Hokkaido e do norte da ilha de Kyushu.
Ao todo, foram registrados cerca de 200 tremores. O mais forte deles teve magnitude de 7,6 e com epicentro na península de Noto, área mais atingida e relativamente remota. Milhares de soldados, bombeiros e policiais de todo o país foram deslocados para a região.
No entanto, os trabalhos de resgate são dificultados por estradas fortemente danificadas e bloqueadas. Um dos aeroportos locais teve que ser fechado devido a rachaduras na pista. Numerosas casas desabaram ou foram afetadas por incêndios.
Cerca de 45 mil famílias ficaram sem energia, e faltou água em muitos locais.
Em Suzu, cidade costeira com pouco mais de 5 mil famílias perto do epicentro do terremoto, até mil casas podem ter sido destruídas, segundo o prefeito local, Masuhiro Izumiya. “A situação é catastrófica”, disse ele.
A Agência Meteorológica do Japão alertou que outros fortes tremores ainda podem ocorrer nos próximos dias.
O Japão fica no chamado Anel de Fogo do Pacífico, onde placas tectônicas colidem. Terremotos e erupções vulcânicas ocorrem frequentemente nesta área.
Conforme o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, não há registro de brasileiros afetados pelos tremores.
Twitter/CanalGov
Terremoto no Japão resulta em pelo menos 48 mortes; equipes seguem buscando por desaparecidos
De acordo com relatos da imprensa japonesa, os edifícios balançaram em áreas próximas da capital, Tóquio. As emissoras mudaram para uma programação especial e fizeram apelos urgentes para que os moradores deixassem as regiões atingidas.
“Sabemos que a sua casa e os seus pertences são preciosos, mas suas vidas são ainda mais importantes. Dirijam-se para o lugar mais alto possível”, disse um apresentador da NHK aos telespectadores.
Usinas nucleares não registram anormalidades
O governo do Japão comunicou que nenhuma anormalidade foi registrada nas usinas nucleares localizadas nas áreas atingidas pelos terremotos e também em estações próximas.
A Autoridade de Regulamentação Nuclear do Japão afirmou que a usina de Shika, em Ishikawa, a mais próxima do epicentro do terremoto, já havia parado seus dois reatores para uma inspeção regular antes dos tremores ocorrerem.
Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9 destruiu a principal fonte de energia da central nuclear de Fukushima Daiichi. O tsunami que se seguiu inundou os geradores de emergência. Com isso, o combustível, em três dos seis reatores da instalação nuclear, superaqueceu, causando derretimento de seu núcleo.
Como resultado, houve várias explosões, causadas pelo acúmulo de hidrogênio. As imagens das nuvens de fumaça radioativa sobre as usinas chamaram a atenção em todo o mundo. Partículas radioativas contaminaram mais de mil quilômetros quadrados, e mais de 160 mil moradores tiveram que deixar a região. Cerca de 18 mil pessoas morreram.