O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, rejeitou as críticas do governo dos Estados Unidos sobre a política externa do país em relação à guerra na Ucrânia na noite desta segunda-feira (17/04). A declaração ocorreu após a visita do seu homólogo russo, Sergei Lavrov, em Brasília.
Questionado sobre a fala do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e do Pentágono, John Kirby, de que Brasil estava “papagueando a propaganda russa e chinesa”, Viera respondeu que “de forma alguma concorda com a declaração”.
“De forma alguma eu concordo com isso, de forma alguma. Não sei como, não sei por que ele chegou a essa conclusão, mas não concordo”, afirmou.
O chanceler ainda ressaltou que Brasil e Rússia têm relações diplomáticas “que completam 195 anos” em 2023 e que os dois países “têm histórias em comum”.
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Declaração dos Estados Unidos ocorreu após visita do chanceler russo Sergei Lavrov à Brasília
Sobre a guerra na Ucrânia, a qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu declarações consideradas “problemáticas” pelo governo dos Estados Unidos durante as viagens à China e aos Emirados Árabes Unidos, o ministro reforçou que o governo brasileiro “quer promover a paz e está pronto para arregimentar um grupo de países” sobre isso.
Na ocasião, Lula equiparou as responsabilidades da Ucrânia e da Rússia pela guerra, e ainda falou que o Ocidente, em especial os Estados Unidos, deveria “parar de mandar armas para Kiev”.
De acordo com Kirby, as falas de Lula são “profundamente problemáticas”, garantindo que Washington não tem “nenhuma objeção a qualquer país que queira tentar pôr fim à guerra”.
“Obviamente queremos que a guerra acabe”, enfatizou Kirby, acrescentando que isso poderia “acontecer agora”, se Putin “parasse de atacar a Ucrânia e retirasse suas tropas”.
(*) Com Ansa