O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, decidiu abrir as negociações de adesão da Ucrânia ao bloco nesta quinta-feira (14/12), em uma cúpula de dois dias promovida pelos líderes da União Europeia.
Durante o encontro, nenhum Estado-membro do grupo apresentou objeções com relação à decisão, de acordo com fontes europeias.
“Esta é uma vitória para a Ucrânia. Uma vitória para toda a Europa. Uma vitória que motiva, inspira e reforça”, celebrou o presidente ucraniano, [Volodymyr] Zelensky, em sua rede social, uma vez que o apoio ocidental permite a doação de mais recursos ao seu país, principalmente neste momento em que a Ucrânia passa por um aperto financeiro e uma série de derrotas diplomáticas.
Перемога України. Перемога всієї Європи. Перемога, яка мотивує, надихає та зміцнює. https://t.co/zk44CeL5Ui
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 14, 2023
Nesta terça-feira (12/12), Zelensky chegou a visitar Washington pela terceira vez desde o início da guerra contra a Rússia, com o objetivo de fazer um apelo ao Congresso norte-americano e à Casa Branca, pedindo o desbloqueio de um pacote bilionário contra os “inimigos” russos. Suas palavras, no entanto, não foram atendidas.
Flickr
Zelensky comemora decisão do Conselho Europeu, que abriu negociações de adesão da Ucrânia ao bloco
Na reunião de líderes, o presidente do Conselho também confirmou abertura de negociações com a Moldávia, além de conceder o “status” de país candidato à Geórgia.
“A União Europeia abrirá as negociações com a Bósnia-Herzegovina quando for alcançado o grau necessário de conformidade aos critérios de adesão”, acrescentou Michel.
Ainda nesta quinta-feira (14/12), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou em sua rede social que o dia “entrará na história” do bloco europeu:
“Uma decisão estratégica e um dia que ficará impresso na história da nossa União. Orgulhosos por manter nossas promessas e felizes por nossos parceiros”, escreveu.
Josep Borrell, o alto representante da União Europeia para Política Externa, também aprovou: “Hoje cumprimos um passo histórico para uma família europeia mais forte. A decisão é uma prova do empenho e da dedicação dos nossos parceiros aos nossos valores comuns e às reformas da UE. É um passo significativo para uma Europa unida, próspera e estável”.
‘Estamos destruindo a União Europeia’
Por outro lado, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, ficou ausente da sala do Conselho Europeu durante a votação.
“A União Europeia está prestes a cometer um erro terrível e precisa ser detida, mesmo que todos os 26 queiram fazê-lo e nós sejamos os únicos contra”, declarou o líder por meio de publicações divulgadas pelo seu gabinete no mesmo dia. “Isto é um erro, estamos destruindo a União Europeia”.
O político teria notificado sua ausência a Charles Michel e não delegou nenhum outro líder para representá-lo, sendo considerado um “não votante” na reunião.