O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta terça-feira (25/02) que países que aplicam sanções a outras nações não podem fazer parte do Conselho de Direitos Humanos. As declarações foram dadas durante a 43ª sessão do conselho na sede das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.
O chanceler venezuelano denunciou que o bloqueio econômico imposto pelos EUA contra Caracas desde 2014 já causou prejuízos de 120 milhões de dólares e classificou as medidas norte-americanas como crimes contra a humanidade.
Arreaza ainda afirmou que Washington realiza uma guerra econômica contra a Venezuela, o que causou danos enormes para a população venezuelana.
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O ministro também lembrou de outros países afetados pelas sanções dos EUA como Cuba e Palestina e fez um apelo às Nações Unidas para que defendam a população dessas nações.
“Pedimos à ONU que defendam o direitos do povo venezuelano, assim como o do povo cubano e palestino, de dispor de seus próprios recursos para satisfazer suas próprias necessidades sociais com o sistema político que soberanamente decidam viver”, disse.
Cancillería Venezuela
Jorge Arreaza denunciou prejuízos causados por bloqueio norte-americano
‘Sorte que ela não estava’
No momento em que Arreaza ocupou a tribuna da sessão, a ministra brasileira da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, abandonou a sala para protestar contra o governo da Venezuela, que não é reconhecido por Brasília.
Ao jornalista Jamil Chade, colunista do UOL, a ministra justificou sua atitude: “você acha que temos de ouvir essa pessoa? Nunca”.
Ainda segundo o jornalista, Arreaza afirmou que a presença de Damares durante sua fala não tem “importância nenhuma”. “Sorte que ela não estava”, disse o chanceler.
A ação da representação brasileira foi elogiada pelos Estados Unidos, que apoiam a atitude dos países do Grupo de Lima de não reconhecer o governo do presidente Nicolás Maduro e apoiar o deputado de direita Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela.
“Os Estados Unidos elogiam o Grupo de Lima por se opor à presença ilegítima do regime maduro no Conselho de Direitos Humanos como uma afronta à democracia”, disse Washington em nota.
Ainda na coluna de Jamil Chade, o jornalista afirma que o ato da ministra brasileira foi orquestrado, pois Damares não estava na sala momentos antes da fala de Arreaza. Ela foi trazida pela embaixadora brasileira, para logo após se retirar da sessão.