Terça-feira, 15 de julho de 2025
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A mobilização nacional no Equador convocada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) contra a gestão do presidente Guillermo Lasso completou nove dias consecutivos nesta terça-feira (21/06) em meio a um novo decreto de estado de sítio e denúncias de repressão policial. 

A Confederação dos povos Kayambi, que faz parte da Conaie, acusou a polícia do Equador de cometer ações agressivas contra os manifestantes mobilizados. 

“A Confederação dos povos Kayambi denuncia e repudia a brutal repressão da polícia do Equador no norte do país”, afirma a organização. 

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Segundo levantamentos de organizações de direitos humanos no Equador, 79 pessoas foram detidas durante a greve e 55 ficaram feridas.

O Ministério do Interior equatoriano também registrou que cinco pessoas caíram de uma ponte em Quito, sendo que um jovem de 22 anos morreu  e outras quatro permanecem internadas em estado grave.

Além disso, a organização Kayambi escreveu no Twitter que um jovem de 18 anos foi morto em uma “luta pacífica” em Guayllabamba, e que esta morte teria sido ocultada pela Polícia do Equador. 

O presidente da Conaie, Leônidas Iza, que foi detido de maneira ilegal durante a mobilização na semana anterior, assegurou que os manifestantes vão continuar “lutando e resistindo”, ressaltando que a força militar “não pode ser adotada” como mecanismo de repressão, mas que continuam “abertos ao diálogo”.

Pelo menos uma pessoa morreu e outras 55 ficaram feridas em 9 dias de mobilização nacional indígena

Twitter/Conaie

Conaie denunciou a repressão exercida pelas forças policiais contra os manifestantes

Entre as principais demandas da mobilização e da Conaie estão o congelamento dos preços dos combustíveis, o controle dos preços nos mercados, a não privatização de empresas estatais e maiores orçamentos para educação e saúde.

“Democracia em risco”

Também nesta terça-feira, o ministro da Defesa do Equador, Luis Lara, disse que as Forças Armadas do Equador “não permitirão tentativas de quebrar a ordem constitucional ou qualquer ação contra a democracia e as leis da república”. 

Ele também defendeu, em comunicado, que os protestos no país colocam a democracia equatoriana “em sério risco” e comparou as manifestações ao narcotráfico e ao crime organizado no país. A mensagem do titular foi recebida pelos manifestantes como uma ameaça.

Em resposta aos protestos, na última sexta-feira (17/06), o presidente Lasso declarou estado de emergência nas províncias de Pichincha, Imbabura e Cotopaxi, além da capital Quito. No entanto, também nesta terça, a decisão incorporou outras três regiões: Tungurahua, Chimborazo e Pastaza.

A Assembleia Nacional do Equador, por sua vez, aprovou a convocação de uma mesa de diálogo entre o governo de Guillermo Lasso, grupos indígenas mobilizados e setores sociais que participam da greve geral.

(*) Com Telesur