Um levantamento feito por várias agências da ONU mostra que 811 milhões de pessoas estavam desnutridas no ano passado, representando quase 10% da população global. As Nações Unidas preveem, além disso, que os efeitos de longo-prazo da pandemia de covid-19 façam com que 660 milhões de pessoas ainda estejam passando fome em 2030. Serão 30 milhões a mais do que um cenário sem o coronavírus.
O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo”, divulgado no começo desta semana, mostra que no último ano, 46 milhões de pessoas a mais foram afetadas pela fome na África e mais 14 milhões na América Latina e no Caribe. Já na Ásia, 57 milhões de pessoas foram empurradas para essa situação.
Os números sugerem que será “necessário um esforço enorme para acabar com a fome até 2030”, como está previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
Mais de 30% da população global, ou 2,3 bilhões de pessoas, não têm acesso adequado à comida, o que indica uma situação de insegurança alimentar moderada ou severa.
Ocha/Damilola Onafuwa
Covid vai deixar mais gente com fome, diz ONU
Impacto para as crianças
As crianças pagam um preço alto: mais de 149 milhões de menores de cinco anos de idade não estão crescendo de forma adequada e acima de 45 milhões estão com o peso muito abaixo do esperado.
Segundo a ONU, 3 bilhões de adultos e de crianças não conseguem comer de forma saudável devido ao custo alto de uma alimentação equilibrada. Já a anemia afeta um terço das grávidas.
O relatório recém-divulgado é o primeiro do tipo na era pandêmica. Foi publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Ifad, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA e pela Organização Mundial da Saúde, OMS.