A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediu no último sábado (03/12) para a União Europeia (UE) encontrar uma solução conjunta, incluindo uma “estreita cooperação com os países de origem de refugiados”, para conter a crise migratória.
“Precisamos de mais Europa na frente sul, sozinhos não conseguimos gerir um fluxo de dimensões incontroláveis”, declarou a premiê italiana.
Meloni enfatizou que “a Europa precisa criar urgentemente um quadro de cooperação multilateral, com uma luta incisiva contra os fluxos ilegais”.
Segundo ela, “um elemento indispensável é a europeização da gestão do repatriamento”. “Pedimos à União Europeia que reinicie a cooperação em matéria de política migratória com os seus parceiros na África e no Mediterrâneo, que precisam se envolver mais na luta contra o tráfico de seres humanos”, acrescentou.
A premiê explicou ainda que a plena estabilização da Líbia é uma das prioridades mais urgentes da política externa, também pelo impacto na migração, além de ressaltar que o governo da “Itália está fortemente comprometido” “em fortalecer seu papel no Mediterrâneo”.
“A Itália está promovendo um plano para a África, uma abordagem que não tem uma postura predatória, mas colaborativa, respeitosa dos interesses mútuos, baseada em um desenvolvimento que sabe potencializar a identidade de cada um”, adicionou Meloni.
Twitter/Giorgia Meloni
"Precisamos de mais Europa na frente sul, sozinhos não conseguimos gerir um fluxo de dimensões incontroláveis", declarou a premiê italiana
Por fim, a dirigente alertou que “muitas das políticas europeias correm o risco de ficar incompletas se não forem colocadas numa dimensão mediterrânica mais ampla”.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, também enfatizou que o governo já está trabalhando “em conjunto com os ministros do Interior e da Agricultura nos decretos de fluxos para ter um caminho estratégico”.
Também no sa´bado, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, participou do evento em Roma com expoentes da região do Mediterrâneo e também defendeu que a União Europeia deve ter uma gestão conjunta sobre as migrações.
No início do novembro, a Itália viveu uma crise migratória com três navios humanitários de resgate no Mediterrâneo pedindo asilo em seu território. Com políticas conservadoras do novo governo de extrema direita, a embarcação Ocean Viking, com 230 deslocados internacionais, foi recusada pelo governo italiano e precisou se dirigir a Toulon, no sul da França – a centenas de quilômetros no trajeto mais mortal para embarcações migratórias.
(*) Com Ansa