Atualizada às 11h26
Ao menos sete pessoas morreram nesta quarta (09/09) durante protestos contra a violência policial em Bogotá pela morte do advogado colombiano Javier Ordóñez, que foi assassinado por agentes de segurança ao ser atingido por várias descargas de taser em um bairro de Engativá, região metropolitana da capital.
Manifestações foram registradas não só em Bogotá, mas também na própria Engativá, além de Bosa, Suba e Kennedy, todas na área metropolitana. O ministro da Defesa colombiano, Carlos Holmes Trujillo, afirmou que as forças policiais da capital serão reforçadas com pelo menos 300 soldados do Exército, além de 1.600 agentes.
Trujillo ofereceu “uma recompensa de até 50 milhões de pesos [cerca de R$ 72 mil] por informação que conduza à captura dos autores do homicídio de cinco pessoas durante esta jornada violenta em Bogotá e no município de Soacha, assim como os responsáveis pelo vandalismo”.
Al señor ministro de defensa esta dando recompensa por los que mataron a las personas esta noche en bogota? Mire ahy le dejo…….esos son los asesinos #ColombiaLivesMatter pic.twitter.com/7kV4u1ImIP
— Jairo Andres Suarez Gomez (@AndresSuarez724) September 10, 2020
De acordo com um balanço da ONG Defender a Liberdade, ao menos 24 pessoas ficaram feridas, das quais 19 por arma de fogo, durante os protestos. Cerca de 45 manifestantes foram presos pelas forças policiais. Entre os agentes, houve pelo menos 21 feridos.
Segundo relatos oficiais, os manifestantes chegaram a incendiar um veículo e um ônibus do sistema TransMilenio, que corta a capital. Trujillo anunciou que as forças policiais de Bogotá serão reforçadas por pelo menos 300 soldados do Exército.
A prefeita de Bogotá, Clara López, pediu “serenidade”. “[Peço] Manter a serenidade e não usar a violência. Igualmente, a polícia deve se ater ao exercício legítimo de suas funções”, disse. Para ela, o assassinato de Ordóñez “não é um ato isolado; há uma conduta, não diria sistemática, mas sim recorrente, de casos de violência e abuso policial”.
Por outro lado, o ministro da Defesa pediu que “se deixe de estigmatizar a instituição policial, que é querida pelos colombianos, tratando injuriosamente de julgar todos os seus membros por condutas cometidas por alguns deles”.
Hoy es un día que duele por donde se le mire. Mis condolencias a familiares y amigos de quienes murieron o están heridos. Destruir a Bogotá no arreglará la Policía. Destruirnos no arreglará nada. Concentrémonos en lograr justicia y reforma estructural a los cuerpos de seguridad. pic.twitter.com/Ge1ylvGR8p
— Claudia López ? (@ClaudiaLopez) September 10, 2020
Violência policial
Na terça (08/09) à noite, Ordóñez foi detido pela polícia por, supostamente, descumprir restrições da quarentena. Em um vídeo divulgado por uma testemunha, dois policiais imobilizam Ordóñez no chão e aplicam repetidas descargas elétricas, apesar de o advogado pedir que parassem.
Um amigo de Ordóñez, chamado Juan David Uribe, aparece falando: “[Ele] Está pedindo por favor. Estamos gravando”. Mesmo assim, as descargas elétricas continuaram sendo aplicadas. Relatos apontam também que ele apanhou dos agentes.
Após a prisão violenta, Ordóñez foi levado a um hospital. Pouco tempo depois, no entanto, a família do advogado foi comunicada de sua morte.
(*) Com teleSUR e RT