O Twitter anunciou nesta quarta-feira (05/08) ter bloqueado temporariamente a conta oficial da campanha de reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por causa de um tuíte que continha informação equivocada sobre a covid-19. Ela já voltou ao ar.
Na mensagem publicada pela conta @TeamTrump, o presidente norte-americano afirma que as crianças são “quase imunes” à covid-19, o que viola as regras contra a desinformação na rede social, segundo um porta-voz. “O proprietário da conta deverá apagar o tuíte antes de poder voltar a postar mensagens”, completou.
O Facebook também confirmou nesta quarta-feira ter removido da página do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um vídeo considerado “desinformação prejudicial” sobre a pandemia de covid-19. Trata-se de uma entrevista para a emissora Fox News em que Trump afirma que as crianças são “quase imunes” ao novo coronavírus.
“O vídeo inclui afirmações falsas de que um grupo de pessoas é imune à doença, o que representa uma violação das nossas políticas sobre desinformação”, informou um porta-voz. Esta é a primeira vez que a rede social remove uma publicação da página do presidente por “desinformação”, embora tenha excluído uma publicação da página de sua campanha eleitoral por usar um símbolo nazista.
O Facebook removeu o vídeo no momento em que enfrenta pressões para evitar a divulgação de informações falsas por um lado e, por outro, é acusado de censurar opiniões.
Ao ser consultado sobre a decisão da rede social, durante entrevista coletiva na Casa Branca, Trump defendeu-se: “Falo de ficar gravemente doente. Se você olhar para as crianças, elas podem se livrar do coronavírus muito facilmente.”
Em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, Trump retomou, após semanas, as entrevistas coletivas diárias sobre a covid-19, que usa para defender seu governo e atacar o rival.
Tia Dufour/White House
Twitter derrubou temporariamente conta de campanha de Trump
Pandemia complica campanha presidencial
A pandemia voltou a golpear, nesta quarta-feira, a campanha presidencial norte–americana: Joe Biden desistiu de comparecer à convenção nacional democrata, programada para 17 a 20 de agosto em Milwaukee, em Wisconsin. Diante da piora da pandemia, os organizadores do evento informaram que “os oradores, incluindo Biden, não viajarão a Milwaukee, para proteger a saúde pública”.
O ex-número dois de Barack Obama, 77 anos, fará seu discurso de nomeação no estado de Delaware, onde mora. Com esta decisão, a Convenção Nacional Democrata será realizada pela primeira vez em um formato totalmente virtual.
As convenções partidárias costumam iniciar a campanha eleitoral com pompa. Os delegados nomeiam oficialmente seu candidato, que, durante um discurso, aceita a indicação e apresenta seu programa de governo. Mas o aumento dos casos de coronavírus no país reduziu a magnitude dos eventos, com foco nas eleições presidenciais de 3 de novembro.
Discurso em Washington
Trump, cuja campanha para a reeleição enfrenta uma economia em profunda recessão e um aumento dos casos de covid-19, anunciou que planeja fazer seu discurso de nomeação de Washington. “Estamos pensando em fazê-lo na Casa Branca, porque não envolve deslocamentos. É fácil. E acho que é um ambiente bonito”, disse o presidente ao canal Fox News.
Trump tinha previsto aceitar sua indicação durante a Convenção Nacional Republicana em Charlotte, Carolina do Norte, agendada para 24 a 27 de agosto. No entanto, o plano teve que ser descartado para impedir a propagação do vírus, bem como uma tentativa de transferi-lo para Jackson, na Flórida.
A pandemia torna impossível a realização de comícios e priva Trump de uma de suas grandes forças: sua capacidade de seduzir a base eleitoral em grandes eventos de massa. Em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, Trump retomou, após semanas, as entrevistas coletivas diárias sobre a covid-19, que usa para defender seu governo e atacar o rival democrata.