O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, vai retirar as denúncias feitas por meio da Lei de Segurança do país contra os presos nas manifestações de outubro-novembro de 2019, segundo anunciou o chefe de comando de campanha, Giorgio Jackson, nesta segunda-feira (20/12).
“O compromisso é que as queixas sejam retiradas, algo que temos sustentado desde o início da campanha. Isso muda as condições com que o judiciário enfrenta um caso. Não é um detalhe, é algo significativo”, declarou Jackson em entrevista à imprensa local.
De acordo com ele, o que se busca é “fazer justiça, tem muita gente que cujo julgamento não está em andamento, que está atrasado. Existem outras medidas cautelares que são importantes a partir do levantamento das denúncias feitas pela Lei de Segurança”.
O chefe da campanha de Boric disse ainda que é preciso “analisar como curar um país, tanto para aquelas pessoas que sofreram destruição durante as manifestações como para outras que estão privadas de liberdade injustamente”.
José Pereira/Reprodução
Manifestações contra o governo Piñera em 2019 culminou na prisão de ativistas e militantes por meio da Lei de Segurança nacional
Ele também apontou outras medidas que poderiam ser tomadas, como o trâmite de uma lei de anistia: “Pode haver modificações, mas é bom somar na conversa para que não sejam abertas feridas e haja compensação financeira para aquelas pessoas que sofreram os danos. Esperamos unir o Chile, reconhecendo todas as faces de um episódio histórico”.
Jackson acrescentou que o seu partido, Revolução Democrática, manteve encontros com os partidos e organizações do Aprovo Dignidade, sigla de Gabriel Boric, e Novo Pacto Social e “a verdade é que temos que criar um governo com margem de manobra suficiente para que as mudanças se concretizem. O que não podemos fazer é pensar que isso está encapsulado nas organizações que nos apoiaram no primeiro turno”.
A libertação de presos políticos das manifestações do verão sulista de 2019 foi um dos temas centrais da campanha eleitoral do agora presidente Gabriel Boric.