O veículo britânico The Guardian falou em “temores de violência e transtornos” durante as eleições brasileiras de 2022 ao noticiar o início do período de campanha eleitoral nesta terça-feira (16/08).
“Bolsonaro, um ex-militar, passou grande parte do último ano minando o sistema eleitoral”, escreveu a mídia britânica, em referência à ofensiva feita pelo presidente contra sistema eleitoral do Brasil em encontro com embaixadores de 40 países no Palácio da Alvorada no mês anterior.
Guardian ainda mencionou outros ataques que ocorreram em comícios do ex-presidente e atual candidato ao cargo do Executivo nacional, Luiz Inácio Lula da Silva, nas últimas semanas e da facada contra Jair Bolsonaro, durante a campanha eleitoral em 2018.
“Bolsonaro aumentou os gastos com o bem-estar dos brasileiros mais pobres, o que pode estar melhorando seu percentual. Ele também pressionou a empresa petrolífera estatal Petrobras a baixar o preço do combustível, um grande fator para impulsionar a inflação”, pontuou a televisão catari Al Jazeera.
A emissora também destacou “os receios de violência política caso os resultados sejam contestados”, relembrando as acusações sem provas que Bolsonaro tem feito ao sistema eleitoral nos últimos meses.
Já a emissora estatal venezuelana Telesur destacou a presença de Lula em evento na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) na última segunda-feira (15/08), chamando atenção para o discurso em defesa da educação proferido pelo petista.
A Telesur mencionou uma pesquisa eleitoral do Insituto FSB, que coloca Lula com 41% das intenções de voto. “Esse resultado pode dar ao fundador do Partido dos Trabalhadores a vitória no primeiro turno”, escreveu o veículo venezuelano.
Por sua vez, a agência de notícias Argentina Telám afirmou que a campanha de Jair Bolsonaro tem um “tom religioso”, mencionando que os possíveis fechamentos de igrejas caso Lula ganhe as eleições, um recorrente discurso do atual presidente, são “ameaças fantasmas”.
Antonio Augusto/Ascom/TSE
As propagandas eleitorais e campanhas presidenciais começaram oficialmente nesta terça-feira (16/08)
Além disso, o veículo anunciou que o Comitê Argentino Lula Presidente, em apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores, lançará na próxima quarta-feira (17/08) sua agenda de trabalhos.
Seguindo a mesma linha, o periódico argentino Página12 alertou para uma “preocupação com o risco de uma aventura golpista” por parte de Bolsonaro, caso ele perca as eleições em outubro.
De acordo com Paulo Abrão, ex-secretário executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em entrevista ao jornal, Bolsonaro cometeu um “erro diplomático” e um “erro de cálculo” quando convocou embaixadores estrangeiros ao Palácio da Alvorada para questionar a segurança das urnas eletrônicas.
Em matéria sobre os percentuais dos candidatos em pesquisas eleitorais publicada nesta última segunda-feira (15/08), um dia antes de começar oficialmente a campanha, a agência de notícias britânica Reuters destacou a importância da “corrida presidencial mais polarizada do Brasil nas últimas décadas”, apontando a liderança de Lula.
Já a Agência Venezuela e Notícias (AVN), apostou no discurso diplomático, afirmando que caso Lula ganhe as eleições, as relações entre Brasília e Caracas “podem ser restabelecidas”, segundo a interpretação do analista político Diogo Medina, que comparou a situação com a Colômbia, que recém-retomou a diplomacia com a Venezuela após a vitória de Gustavo Petro.
“No Brasil, Lula entra na campanha para destituir Jair Bolsonaro”, afirmou o jornal francês Le Monde, que classificou a eleição presidencial brasileira como “choque de titãs”.
O veículo também apontou que esta é a campanha presidencial “mais importante” e “provavelmente a última” da carreira de Luiz Inácio Lula da Silva, sem deixar de destacar que sua candidatura à presidência é “uma constante no Brasil”.