No sexto dia da guerra declarada por Israel contra o grupo palestino Hamas, nesta quinta-feira (12/10), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu recebeu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, para aumentar a ajuda militar ao seu país, enquanto a Faixa de Gaza soma 1.417 mortos e os sobreviventes enfrentam uma vasta crise humanitária.
O representante do governo de Joe Biden chegou em Tel Aviv e se reuniu com as autoridades israelenses, incluindo o presidente do país, Isaac Herzog, para reforçar o apoio dos Estados Unidos a Israel.
I met with @IsraeliPM Netanyahu in Israel today to reiterate ironclad U.S. support for Israel’s right to defend itself from Hamas’ terrorist attacks. pic.twitter.com/hhuqRS3UrA
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) October 12, 2023
Em declaração à imprensa após encontro com Netanyahu, Blinken apelou para a comunidade internacional repreender as ações do grupo palestino, porque “não há justificativa para as suas atrocidades”.
Assim, anunciou uma ajuda militar, com fornecimento de armamento e de interceptadores para reforçar o sistema de defesa antimíssil, o chamado Domo de Ferro.
Além do apoio militar norte-americano, o governo israelense já havia pedido à Alemanha munições para os seus navios de guerra, bolsas de sangue para transfusões e coletes à prova de balas.
O apoio dos Estados Unidos pela manhã veio após uma “calma durante a noite”, sem ataques de Gaza ou do Líbano, relatada pelo exército israelense.
No entanto, o Hamas reconheceu o lançamento de foguetes em território israelense “em resposta ao ataque a civis em Gaza”, reportou o jornal Al Jazeera.
Por sua vez, ataques das Forças Armadas de Israel (FDI) atingiram dois aeroportos na Síria, em Damasco e Aleppo. Nenhuma vítima foi informada sobre o ataque em Aleppo, mas não houve nenhuma atualização sobre a situação em Damasco.
“Os ataques ocorrem horas depois de o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, ter falado com o líder da Síria, Bashar al-Assad, e apelado aos países árabes e islâmicos a confrontarem Israel”, escreveu a Al Jazeera.
Twitter/Benjamin Netanyahu
Estados Unidos ofereceu ajuda militar a Israel, enquanto Faixa de Gaza sofre com falta de água, alimentos e combustível
Ajuda humanitária
Enquanto Israel garante recursos militares para atacar os palestinos na Faixa de Gaza, parte da comunidade internacional se esforça para conseguia enviar ajuda humanitária à região, que tem mais de dois milhões de habitantes e é vítima de um “cerco total” de Israel, impedida assim de acesso à alimentos, água e combustível.
O Conselho Norueguês para os Refugiados pediu a instalação de corredores humanitários e cessar-fogo para que a ajuda para a população civil palestina possa entrar em Gaza.
“Neste momento, Gaza está quase sem combustível, com medicamentos e alimentos em níveis perigosamente baixos. Esta área densamente povoada está sob cerco total e bombardeamento implacável por parte de Israel. Devemos ser capazes de levar assistência vital à população de Gaza o mais rapidamente possível”, disse o secretário-geral, Jan Egeland, em comunicado.
A Malásia, por meio do Ministério das Relações Exteriores, também anunciou fundos de emergência a Gaza. O chanceler asiático ainda classificou os ataques de Israel à região como “atos ultrajantes de crueldade” ao anunciar U$200 mil dólares para os palestinos.
A ajuda humanitária internacional se faz necessária em meio à falta de acesso a serviços básicos pela população palestina. Segundo a Cruz Vermelha, três em cada cinco estações de tratamento de água estão fora de funcionamento, fazendo com que 650 mil palestinos estejam sem acesso ao líquido na região, segundo a ONU.
Gaza também sofre com o corte de eletricidade por partes de Israel. Segundo o ministro de Energias israelense, Israel Katz, combustível para a usina elétrica não será disponibilizado até que os cidadãos sequestrados pelo Hamas sejam libertados.
A falta de eletricidade também sobrecarrega os serviços de saúde e hospitais de Gaza, que trabalham agora com geradores com capacidade limitada para manter a vida dos necessitados.
A situação fica ainda mais complicada pelos ataques das FDI à passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, uma das únicas rotas possíveis para a entrada de ajuda humanitária ou saída dos palestinos da região.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Egito, que tenta negociar o envio de ajuda aos palestinos desde a última quarta-feira (11/10), a passagem de Rafah continua aberta, mas os ataques das FDI tornam o local inoperante. A Al Jazeera informou que a possibilidade de corredores fora de Gaza foi sugerida, mas não aceita pelo governos egípcio.
Com o impedimento em Rafah, o Egito designou, também nesta quinta, o aeroporto de El Arish, que fica a 45 quilômetros de Gaza, para enviar ajuda a Gaza. Segundo o jornal catari, o aeroporto prepara-se para receber três voos de ajuda, vindos do Catar e da Jordânia, mas não podem partir até que corredores humanitários sejam estabelecidos.
O estabelecimento dos corredores também é do interesse do Hamas, que entrou em contato com a Al Jazeera, afirmando negociar com o Egito, Catar e a ONU a criação dos mesmos.
(*) Com Ansa