O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aceitou o convite de viagem a Israel formalizado pelo próprio primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (11/03).
Além de Tarcísio, a autoridade de Tel Aviv também incluiu outros nomes da direita brasileira, como os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado; de Minas Gerais, Romeu Zema; e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Caiado confirmou a visita. Já Zema e Castro, não. A Opera Mundi, o governo carioca confirmou a negativa sobre a proposta israelense. Os políticos que aceitaram o convite devem embarcar ao país na próxima segunda-feira (18/03)
Questionada, a assessoria do governo de São Paulo negou conhecimento sobre a viagem que será realizada em questão de dias. Em relação à decisão de Caiado, não obtivemos resposta até o fechamento desta reportagem.
Segundo a coluna de Bergamo, Netanyahu ainda teria encaminhado uma “carta pessoal” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas como teve o passaporte apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, desencadeada em fevereiro por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dependeria da autorização do magistrado para a possibilidade da viagem.
Vale lembrar que, em 23 de janeiro, ministros do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e também do STF embarcaram em Israel em uma viagem patrocinada e financiada pelas entidades sionistas da sucursal brasileira do grupo norte-americano StandWithUs e Confederação Israelita do Brasil (CONIB). O episódio ocorreu no contexto em que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva havia endossado a denúncia promovida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, acusando Israel de cometer genocídio contra o povo palestino.
Na ocasião, a viagem tinha como objetivo “registrar diretamente os resultados” do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, “entender questões e impactos jurídicos, sociais e econômicos” do conflito e realizar um encontro com representantes das Forças de Defesa de Israel (FDI) e “especialistas e portadores de informações relevantes”.
Entre os convidados, constava a presença do ministro evangélico do STF, André Mendonça.
Desta vez, a viagem dos governadores brasileiros da ala ultradireitista ocorre no cenário de escalada de tensões entre o governo Lula e o governo israelense. Em fevereiro, o mandatário brasileiro fez duras críticas em relação à conduta de Israel em Gaza, comparando os ataques das forças militares israelenses contra os palestinos ao holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus, durante a Segunda Guerra Mundial.