Ao se reunir com os soldados israelenses que atuaram no território palestino, o ministro da Defesa de Tel Aviv falou em uma ação militar “maior” e em “toda a Gaza” após a trégua de mais dois dias anunciada pelo governo do Catar.
Yoav Gallant visitou os complexos de reparação de equipamentos, serviços de lavanderia e áreas de descanso dos combatentes nesta segunda-feira (27/11) e voltou a dizer que as Forças de Defesa de Israel “não vão parar até que concluam as tarefas”:
“Vamos voltar a lutar, vamos usar a mesma força e mais. Lembre-se que enquanto você está se organizando, descansando e pesquisando, o inimigo está fazendo o mesmo. Você vai conhecer algo que está mais preparado. Assim eles encontrarão primeiro as bombas da força aérea, depois os projéteis dos tanques e artilharia, depois as ‘patas do D9’, e finalmente o tiroteio da infantaria”, afirmou Gallant.
‘Uma luz de esperança e humanidade nas trevas da guerra’, diz Guterres
As declarações do ministro israelense acontecem no contexto em que o governo catari anunciou nesta segunda-feira (27/11) um acordo para estender a trégua entre Israel e o grupo palestino Hamas em Gaza por mais dois dias.
Twitter / Yoav Gallant
Ministro da Defesa de Israel fala em uma ação militar ‘maior e em toda a Gaza’ após trégua de dois dias
Catar é um dos mediadores ao lado de Egito e Estados Unidos. O país tem mantido conversas com Hamas e Israel para resolver as divergências a respeito das listas de reféns israelenses e prisioneiros palestinos e evitar atrasos.
À imprensa, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU) disse esperar que a extensão da pausa “permita aumentar ainda mais a ajuda humanitária às pessoas em Gaza que tanto sofrem”.
No entanto, António Guterres deixou claro que, mesmo com um tempo adicional aos combates, “será impossível” atender a todas as necessidades dos palestinos no território, acrescentando que espera a abertura de outras travessias para facilitar a entrega de assistência humanitária.
Nesta segunda-feira (27/11) as autoridades palestinas confirmam que o número de mortos na Faixa de Gaza já ultrapassou a marca dos 16 mil, enquanto mais de 35 mil pessoas estão feridas, desde o início do conflito, em 7 de outubro. Já o governo de Israel contabiliza aproximadamente 1.4 mil de seus civis mortos, sendo a maior parte pela primeira ofensiva lançada por Hamas contra o Estado judeu.