Terça-feira, 10 de junho de 2025
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A equipe de advogados sul-africanos que está trabalha no caso contra Israel por genocídio em Gaza na Corte Internacional de Justiça (CIJ) anunciou nesta segunda-feira (15/01) que está preparando um novo processo, desta vez contra os Estados Unidos e o Reino Unido, por cumplicidade nos crimes cometidos por Israel contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.

A iniciativa é liderada pelo advogado sul-africano Wikus Van Rensburg e conta com colaboração de advogados britânicos e norte-americanos, com os quais busca finalizar os argumentos da peça acusatória que deverá ser apresentada oficialmente à CIJ nos próximos dias.

Em entrevista à agência Anadolu, o jurista afirmou que a África do Sul entende que “os Estados Unidos devem ser responsabilizados pelos crimes que estão cometendo”.

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Perguntado sobre a possibilidade de Washington não acatar uma possível condenação pelo tribunal de Haia, Rensburg fez uma comparação com o caso da Alemanha, que até hoje paga indenizações referentes aos crimes cometidos durante o Holocausto, nos Anos 40 do Século 20. “Alguma sanção (os Estados Unidos) deverão receber”, comentou.

Quem também falou sobre a iniciativa de processar os dois países do Ocidente foi o ministro das Finanças da África do Sul, Enoch Godongwana. “Os países que apoiam Israel dirão que o nosso pedido é um disparate, mas consideramos que existe apoio global para essa denúncia”, justificou

Jurista sul-africano que prepara a denúncia afirma que ‘os Estados Unidos devem ser responsabilizados pelos crimes que estão cometendo’ ao apoiarem genocídio cometido por Israel em Gaza

Flickr

Representantes da África do Sul asseguram que ‘existe apoio global para essa denúncia’ contra EUA e Reino Unido na CIJ

Efetivamente, as primeiras reações em Washington e Londres foram na linha prevista pelo economista sul-africano. O chanceler britânico David Cameron disse que a denúncia de Pretória é “absurda”. Já o porta-voz de Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, considerou o processo “contraproducente e completamente sem fundamento”.

O caso contra Israel

Atualmente, a África do Sul defende na CIJ a denúncia que apresentou em dezembro contra o Estado de Israel, acusado de violar a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, ao perpetrar um massacre contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza que pode ser qualificado como genocídio.

A ofensiva militar israelense em Gaza, iniciada em 7 de outubro passado, já contabiliza mais de 24 mil civis mortos, número que equivale a mais de 1% da população desse território, estimada em cerca de 2,3 milhões de pessoas.

A denúncia sul-africana contra Israel, que já teve suas primeiras audiências na CIJ, conta com o respaldo de dezenas de nações do mundo, incluindo todos os 22 membros da Liga Árabe (entre eles a Palestina). Entre os países da América Latina, a iniciativa é apoiada pelo Brasil, e também por Bolívia, Colômbia, Cuba e Venezuela.

(*) Com informações de Telesur.