O governo de Israel não autorizou a saída de brasileiros e de outros estrangeiros da Faixa de Gaza neste sábado (14/10). O aval do país é fundamental para o sucesso da operação de evacuação pela fronteira do Egito.
Na sexta (13/10), o governo israelense tinha sinalizado às autoridades que permitiria a passagem de brasileiros até a fronteira de Gaza com o Egito, região que estariam protegidos dos bombardeios incessantes das forças militares de Israel.
Segundo a jornalista Monica Bergamo, o impasse aumentou a tensão entre as diplomacias dos países. Como havia adiantado a Folha de S.Paulo, o Estado egípcio tinha informado ao governo brasileiro que iria autorizar a passagem de cerca de 22 brasileiros que irão para um aeroporto onde serão resgatados por um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Mais cedo neste sábado o grupo chegou à cidade de Khan Younes, no sul da Faixa de Gaza, e estão hospedados no prédio de uma família palestina brasileira, segundo o Itamaraty.
O grupo estava até a manhã deste sábado em uma escola católica na região da Cidade de Gaza, aguardando o início da operação de repatriação. A travessia chegou a ser suspensa pelo Itamaraty por motivos de segurança, mas o agravamento da situação do conflito fez com que o transporte ocorresse em caráter emergencial.
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Brasileiros conseguiram chegar ao sul de Gaza, mas esperam liberação para atravessar fronteiro do Egito
A segunda etapa da operação é essa passagem para o Egito por Rafah. De acordo com o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, ainda não há data prevista para essa travessia. Do total de 22 pessoas que desejam evacuação, 14 são crianças, oito são mulheres e seis são homens adultos.
“Tudo isso foi cancelado por Israel, e a fronteira foi novamente fechada, Com isso, evidentemente, os nossos brasileiros ficaram muito aflitos. A situação é cada vez mais tensa na cidade”, disse Candeas.
Ainda de acordo com Bergamo, a diplomacia do Brasil já avisou aos militares israelenses as informações sobre o prédio em que os brasileiros estão hospedados, com o intuito de que o local não seja bombardeado. Assim como dados sobre o veículo que transporta o grupo, incluindo trajeto, placa e lista de passageiros, foram enviadas para Tel Aviv.
No entanto, segundo o Uol, a cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, e onde o grupo de brasileiros está, foi alvo de bombardeios neste sábado. Os ataques atingiram um prédio, que deixou mortos e feridos, como noticiou a emissora catari Al Jazeera.