Atualização às 13h02
O jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, lança nesta quarta-feira (03/04) seu livro Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista, publicado pela editora Alameda, em Florianópolis, Santa Catarina. O evento, organizado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC), acontece a partir das 19h, no Hall da Reitoria da UFSC, no Campus Trindade.
Mesmo após a tentativa de censura da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe) da universidade, o diretor da EdUFSC, Nildo Ouriques, confirmou o apoio ao lançamento do livro “sem qualquer limitação”.
O encontro, apoiado pela Associação dos Professores da UFSC (Apufsc), também contará com um debate sobre a resistência palestina com a participação de Altman, do cartunista Carlos Latuff e do embaixador da Palestina no México, Fawzi El-Mashini.
A Proafe, em 21 de março, pediu à editora que retirasse o apoio à atividade. Em nota, a Pró-Reitoria afirmou que Altman e Latuff são acusados de antissemitismo e podem, em suas intervenções, “trazerem novamente elementos de xenofobia, antissemitismo e discursos de ódio”.
Breno Altman tem sido alvo de diversas ações judiciais promovidas pela Conib e pela Stand With Us, entidades pró-Israel. Já Latuff foi acusado, em 2012, de ser uma das figuras mais antissemitas do mundo pelo Centro Simon Wiesenthal por conta das charges que publicou em defesa dos palestinos. Na imagem usada para ilustrar a acusação, não há nenhuma alusão à religião ou à etnia judaica, mas apenas o então premiê, Benjamin Netanyahu, “torcendo” uma mulher palestina para coletar votos.
O posicionamento contra a censura veio então da EdUFSC, uma vez que a reitoria da UFSC apenas emitiu nota sobre o caso, não questionando a posição de sua Pró-Reitoria, sem impor o cancelamento ou o adiamento do evento.
Nota de solidariedade
O lançamento da obra é marcado com uma nota de solidariedade do Movimento de Brasileiros em Defesa do Povo Palestino de Santa Catarina, um dos organizadores do evento, a Altman e Latuff, lançada no último sábado (30/03).
75 entidades assinantes da carta se dizem “ainda chocados” com o posicionamento da Proafe, qualificando sua recomendação como “injusta e inaceitável perseguição de caráter político”.
Na avaliação do movimento a nota da Proafe tinha como “única motivação atacar o firme e correto posicionamento dos debatedores contra o massacre do povo palestino pelo governo colonial e genocida de Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel”.
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Lançamento de ‘Contra o Sionismo’ em Florianópolis, nesta quarta-feira (03/04)
Leia a nota completa na íntegra
NOTA DE SOLIDARIEDADE AO JORNALISTA BRENO ALTMAN E AO CARTUNISTA CARLOS LATUFF
Movimento de Brasileiros em Defesa do Povo Palestino de Santa Catarina
Ainda chocados com a nota da Cátedra Antonieta de Barros da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC dirigida ao Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina – APUFSC SINDICAL, qualificando Breno Altman e Carlos Latuff como racistas, por estarem na luta contra o Genocídio em Gaza, manifestamos nossa solidariedade a estes e caracterizamos referida nota como injusta e inaceitável perseguição de caráter político.
Tal nota pedindo que a APUFSC abstenha-se de apoiar o evento marcado para 3 de abril de 2024 na UFSC tem como única motivação atacar o firme e correto posicionamento dos debatedores contra o massacre do povo palestino pelo governo colonial e genocida de Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel.
Os palestinos estão sofrendo mais uma terrível catástrofe humanitária, de uma dimensão sem precedentes desde a Nakba de 1948.
No entanto, graças à sua resistência e firmeza notáveis, estão obtendo ganhos significativos em termos de apoio e simpatia pela sua causa em todo o mundo – e mais importante ainda – em países, cujos governos vergonhosamente dão todo o seu apoio à guerra genocida de Israel.
A posição de Israel no mundo está abalada, suas mentiras e seus mitos estão sendo amplamente demolidos.
Uma nova geração está emergindo com uma nova consciência e conhecimento da justeza da Causa Palestina. Esta jovem geração continuará a questionar os seus governos sobre os seus fracassos, seu imperialismo e sua cumplicidade com o Genocídio em Gaza.
Os dirigentes e militantes dos movimentos sociais e populares estão vendo a luta palestina contra o Estado colonial e de apartheid de Israel como uma extensão de suas próprias batalhas pela justiça em seu país e não será uma nota desrespeitosa da Cátedra Antonieta de Barros que mudará isso.
O slogan “Palestina livre do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo” apela à libertação dos palestinos do apartheid sionista – permitindo que palestinos e judeus vivam juntos e de forma igualitária.
Nesta linha, entendemos que a comunidade acadêmica é desafiada a se posicionar publicamente em defesa da justiça e da verdade histórica. A solidariedade ao povo palestino é uma imprescritível responsabilidade moral e intelectual que se impõe às docentes e aos docentes universitários que têm convicções democráticas, humanistas e críticas.
A posição da Cátedra Antonieta de Barros em relação ao Debate de 03 de Abril na UFSC se coloca na contramão da responsabilidade histórica, moral e intelectual frente à opressão dos povos e em contradição com a história da UFSC, palco de luta e resistência contra a Ditadura que se instalou no Brasil após o Golpe de 64.
Pelo fim do Genocídio do povo palestino e cessar-fogo imediato e permanente em Gaza!
A paz verdadeira é a justiça e os direitos inalienáveis do povo palestino assegurados!
Toda nossa solidariedade a Breno Altman e Carlos Latuff em sua luta contra o Genocídio do povo palestino!
Florianópolis, 30 de março de 2024 – 48º Dia da Terra Palestina
Entidades que assinam a nota de solidariedade ao jornalista Breno Altman e ao cartunista Carlos Latuff:
1. ADUFERPE – Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco
2. ADUFSCar – Associação dos Docentes em Instituições Federais de Ensino Superior dos
Municípios de São Carlos, Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino (Buri/SP)
3. Aliança Palestina Recife
4. Aliança RECOs – Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras
5. Amigas da Terra Brasil
6. Associação Cultural José Martí de Santa Catarina
7. Associação Cultural José Martí do Rio Grande do Sul
8. Campo Progressista Árabe
9. Canal Resistentes no YouTube
10.CDHJS – Centro de Direitos Humanos de Jaraguá do Sul
11.CEBRAPAZ – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – Londrina
12.Centro Vida Orgânica
13.Coletivo Memória, Verdade, Justiça
14.Coletivo Rebeldia/SC
15.Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino Jadallah Safa
16.Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino Khader Mahmoud Ahmad Othman
17.Comitê Corumbá Pela Paz
18.Comitê da Palestina Democrática
19.Comitê de Luta Claudete Mittman, norte da ilha – Florianópolis
20.Comitê de Solidariedade à luta do Povo Palestino Rio de Janeiro
21.Comitê Nacional de Solidariedade ao Povo Palestino
22.Comitê Palestina Livre de Lages
23.Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino
24.Conselho Indigenista Missionário Regional Sul (Cimi Sul)
25.CSP-CONLUTAS – Central Sindical e Popular Conlutas
26.DCE Luís Travassos – Diretório Central dos Estudantes Luís Travassos – UFSC
27.EsTePo – Escola de Teatro Político/ Madalenas na Luta Teatro das Oprimidas /SC
28.FFIKB – Fundação da Federação dos Índios Kariris do Brasil / Presidente das nações
indígenas
29.Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino
30.Frente Única Andes – SN Classista
31.IBRASPAL – Instituto Brasil Palestina
32.Iniciativa Comunista
33.INSTITUTO SÍLVIA LANE – Psicologia e Compromisso Social
34.INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora
35.Juventude Fogo no Pavio – Santa Catarina
36.LAMAS – Laboratório do Meio Ambiente Social – RJ.
37.MML – Movimento de Mulheres em Luta de Itajaí/SC
38.MNLM – Movimento Nacional de Luta por Moradia
39.Movimento Bem Viver
40.MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – Mato Grosso do Sul
41.Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa – Corumbá – MS
42.OCCA – PANTANAL – Organização de Cidadania, Cultura e Ambiente
43.Ong d´ ‘AFRICANDO, desde Senegal
44.Pacto Pela Cidadania – Movimento Viva Corumbá
45.Partido dos Trabalhadores de Corumbá/MS
46.PCB-RR – Partido Comunista Brasileiro Reconstrução Revolucionária/SC
47.PCdoB – Partido Comunista do Brasil – Londrina
48.PCO – Partido da Causa Operária
49.Polo Comunista Luis Carlos Prestes
50.PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
51.PT – Partido dos Trabalhadores – Núcleo de Base da Região 1, do PT de Vila Velha/ES.
52.PT – Partido dos Trabalhadores de Palhoça/SC
53.Rede Movimento Mulheres pela P@Z!
54.SINASEFE – Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e
Profissional -Seção Sindical IFSC /SC
55.SINDASPI – Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Perícia,
Pesquisa e Informações de Santa Catarina
56.SINDBARRA – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Balneário Barra do Sul/SC
57.Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região/SC
58.SINDPSI – Sindicato das(os) Psicólogas(os) – Espírito Santo
59.SINDSAUDE – Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores da Saúde Pública
Estadual e Privada de Florianópolis e Região /SC
60.SINDTAE Fronteira Sul – Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em
Educação de Universidades Federais
61.SINJUSC – Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina
62.SINTE Florianópolis – Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina
63.SINTE São José – Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina
64.SINTECT – Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares
de Santa Catarina
65.SINTESPE – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina
66.SINTRAFESC – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de
Santa Catarina
67.SINTRAM SJ – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José
68.SINTRASEM – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis
69.SISERP CRR/CUT – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de
Criciúma e Região
70.SITRAMPA – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Palhoça/SC
71.Sociedade Árabe Palestina Brasileira da Grande Porto Alegre
72.Sociedade Árabe Palestina de Brasília
73.Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira em Corumbá
74.UCB – Unidade Comunista Brasileira
75.UP – Unidade Popular pelo Socialismo/SC
Sobre a obra
Antes de passar por Florianópolis, Altman lançou a obra em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, na terça-feira (26/03). Também realizou recentemente uma tour pelas cidades nordestinas de Campina Grande, João Pessoa, Recife, Natal, Sobral, Fortaleza e São Luís. Os eventos de lançamento contaram com milhares de presentes e mais de 1.500 livros vendidos.
Após Florianópolis a agenda de lançamento de Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista passa por Chapecó nesta quinta-feira (04/04).
Herdeiro de uma tradição judaica, comunista e antissionista, além de jornalista de grande experiência, Altman contabilizou, em um mês, mais de 50 horas de participação em lives para canais da mídia independente, bem como em análises e entrevistas para os programas que apresenta no canal de Opera Mundi no Youtube: 20 MINUTOS e OUTUBRO.
Devido à relevância do tema e do jornalista, essas intervenções foram degravadas e tiveram os textos preparados para a edição em livro. A visão que orientou a ação é a de que a comunicação escrita organiza o pensamento e permite uma absorção melhor do que quando apresentada de modo audiovisual.
Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista é uma obra que nasce no contexto dessa nova agressão promovida pelo governo de Benjamin Netanyahu e preenche a lacuna bibliográfica sobre temas complexos, como as estratégias do sionismo para a perpetuação da violência contra o povo palestino, apontando as diferenças entre judaísmo e sionismo, demonstrando como o sionismo se transformou em uma ideologia racista, colonial e teocrática e colocando como o resultado de anos de conflito foi a construção de um regime de apartheid que oprime o povo palestino de diversas formas.
O livro de 100 páginas também está disponível para venda no site da Editora Alameda, clicando neste link.