O jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, disse nesta segunda-feira (19/02) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está “legitimado” para tomar “medidas soberanas” em relação ao Estado de Israel.
Uma dessas ações, segundo Altman, seria a expulsão do embaixador de Israel no país, Daniel Zonshine. Em publicação no X (antigo Twitter), a medida seria respaldada diante dos “ataques abjetos” do governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e após a declaração de que Lula é “persona non grata” no país.
Ainda na postagem, o fundador de Opera Mundi declarou todo apoio ao presidente Lula.
“Diante dos ataques abjetos do governo Netanyahu, ao considerar o presidente Lula “persona non grata” para o regime sionista, o Brasil está absolutamente legitimado para expulsar o embaixador israelense e tomar outras medidas soberanas. Todo apoio ao presidente Lula!”, disse.
Diante dos ataques abjetos do governo Netanyahu, ao considerar o presidente @LulaOficial “persona non grata” para o regime sionista, o Brasil está absolutamente legitimado para expulsar o embaixador israelense e tomar outras medidas soberanas. Todo apoio ao presidente Lula!
— Breno Altman (@brealt) February 19, 2024
Altman também já sugeriu que o governo Lula rompa as relações diplomáticas com Israel.
Mais cedo, o governo de Israel declarou o presidente Lula como “persona non grata”, ou seja, como pessoa indesejável, por conta da comparação dos ataques israelenses na Faixa de Gaza com o Holocausto.
Reprodução
Breno Altman também já sugeriu que governo Lula rompa as relações diplomáticas com Israel
Ao encerrar seu giro por países da África, Lula afirmou que a guerra na Faixa de Gaza, onde mais de 29 mil pessoas já morreram, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas, não é uma guerra, mas sim um “genocídio”.
E comparou: “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Por conta da declaração, o governo israelense havia convocado o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para uma “chamada de reprimenda”. O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, e Meyer se encontraram na manhã desta segunda durante uma visita ao memorial do Holocausto Yad Cashem, em Jerusalém.
Israel tem tentado frear as críticas do governo brasileiro às ações militares em Gaza desde a escalada do conflito, em outubro de 2023. Lula classificou de terroristas as ações do Hamas do dia 7 de outubro e buscou negociar no Conselho de Segurança da ONU, presidido naquele mês pelo Brasil, uma resolução que impedisse a escalada do conflito.
A declaração de Lula contra o Hamas não foram suficientes para Israel. Em novembro, o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, reuniu-se com parlamentares de direita e ultradireita no Congresso junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro, num gesto hostil que o governo brasileiro procurou contemporizar.