A resolução aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (27/10) que recomendou uma “trégua” na Faixa de Gaza e o início de uma negociação para o fim da ofensiva de Israel contra a população palestina, com texto proposto pela Jordânia, foi aprovado com 120 votos a favor e 14 contra, além de 45 abstenções.
A análise minuciosa da votação permite reconhecer alguns fenômenos, entre eles o fato de que a maioria dos países do Brics votou a favor da proposta jordaniana, enquanto os países do chamado Ocidente ou votaram contra ou se abstiveram, salvo raras exceções.
Brics
Entre os cinco principais membros do Brics, quatro votaram a favor da resolução: África do Sul, Brasil, China e Rússia. Apenas a Índia se absteve.
Se incluídos os seis países aceitos este ano no Brics+, chegamos a um total de nove votos favoráveis, incluindo Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes e Irã, além de duas abstenções, graças ao voto da Etiópia.
América Latina e África
Os países africanos e latino-americanos formaram dois dos blocos que mais apoiaram a resolução de trégua em Gaza.
Da América Latina surgiram os votos favoráveis de Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Honduras, México, Nicarágua, Peru e República Dominicana, além dos votos brasileiro e argentino, já mencionados.
Entre os países da África, junto com sul-africanos e egípcios, votaram a favor as representações de Argélia, Angola, Chade, Comores, Congo, Costa do Marfim, Djibouti, Eritreia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Líbia, Madagascar, Malawi, Mali, Marrocos, Maurício, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Níger, Quênia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Tanzânia, Uganda e Zimbábue.
Acnur
Foram 120 os países que votaram a favor de uma trégua humanitária em favor da comunidade palestina em Gaza
Também votaram a favor do texto: Afeganistão, Andorra, Antígua e Barbuda, Armênia, Azerbaijão, Bahamas, Bahrain, Bangladesh, Barbados, Bélgica, Belize, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Botsuana, Brunei, Butão, Catar, Cazaquistão, Coreia do Norte, Dominica, Granada, Guiana, Iêmen, Ilhas Salomão, Indonésia, Jordânia, Kuwait, Laos, Líbano, Lesoto, Liechtenstein, Malásia, Maldivas, Malta, Mianmar, Mongólia, Montenegro, Nepal, Nova Zelândia, Omã, Paquistão, Quirguistão, Santa, Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis, Singapura, Síria, Sri Lanka, Suíça, Suriname, Tailândia, Tajiquistão, Timor Leste, Trinidad e Tobago, Turquia, Uzbequistão e Vietnã.
Ocidente se absteve ou votou contra
Entre os países do Ocidente a maioria votou pela abstenção. Apenas nove países da União Europeia (UE) se colocaram a favor da proposta: Bélgica, Espanha, Eslovênia, França, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega e Portugal.
Os que se omitiram foram 15, entre os quais estão Alemanha, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Finlândia, Grécia, Itália, Letônia, Lituânia, Países Baixos, Polônia, Romênia e Suécia.
Outras abstenções chamativas foram as do Reino Unido e da Ucrânia, além de europeus fora da UE, como Georgia, Islândia, Mônaco, Macedônia do Norte, Moldávia, San Marino e Sérvia.
O bloco dos que evitaram tomar posição é completado com Austrália, Cabo Verde, Camarões, Canadá, Coreia do Sul, Filipinas, Haiti, Iraque, Japão, Kiribati, Palau, Panamá, Sudão do Sul, Tunísia, Tuvalu, Uruguai, Vanuatu e Zâmbia – além dos votos de indianos e etíopes, já mencionados acima.
Estados Unidos e Israel lideram o bloco dos que votaram contra, o qual também inclui quatro países da EU (Áustria, Croácia, Hungria e República Tcheca), além de Fiji, Guatemala, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Papua Nova Guiné, Paraguai e Tonga.