A ministra de Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, afirmou esta quinta-feira (08/02) que tem recebido uma série de mensagens com ameaças desde que seu país apresentou uma denúncia contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) por possível crime de genocídio contra os palestinos residentes em Gaza.
A declaração veio à tona durante uma coletiva realizada na Cidade do Cabo, na qual também participou o ministro da Segurança Pública sul-africano, Bheki Cele.
“Falei com Cele sobre as várias mensagens que estou recebendo e achei que era melhor termos um aparato de segurança extra”, disse Pandor, acrescentando que as ameaças também vêm sendo direcionadas a membros de sua família.
Em outro momento Pandor fez uma alusão à agência de inteligência israelense Mossad, afirmando que esta costuma “utiliza ameaças para intimidar aqueles que se opõem à ocupação” de Israel em territórios palestinos.
A chanceler também detalhou parte do conteúdo das mensagens, nas quais ela costuma ser acusada de ser “apoiadora política de grupos terroristas” e de ter ligações com o Hamas e com o Estado Islâmico.
Governo da África do Sul
Naledi Pandor afirmou que ameaças surgiram logo após apresentação de denúncia contra Israel na CIJ
Ao encerrar a coletiva, Pandor disse que as mensagens não farão com que a África do Sul recue em sua ação na CIJ contra Israel.
“Os povos do mundo e da Palestina não recuaram quando o estado do apartheid (na África do Sul) estava no seu pior momento. Eles estiveram conosco no movimento de libertação. É nosso dever estar com eles agora até o final e uma das coisas que não devemos nos permitir é a falta de coragem”, disse a diplomata.
A denúncia movida pela África do Sul contra Israel teve sua primeira etapa realizada em janeiro, e terminou com a CIJ aceitando a denúncia por possível crime de genocídio cometido por Tel Aviv em Gaza, além da violação da a Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.
A Corte também determinou que Israel tem até o dia 26 de fevereiro para apresentar um informe minucioso sobre as ações que já foram tomadas no sentido de evitar as mortes de civis em Gaza, como forma de contestar as acusações sul-africanas.