O major-general Aharon Haliva, chefe da Diretoria de Inteligência Militar das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), renunciou ao cargo nesta segunda-feira (22/04) devido às “falhas” na sua liderança que levaram à ofensiva do grupo palestino Hamas, no sul do território israelense, em 7 de outubro.
“O major-general Aharon Haliva pediu para encerrar seu cargo devido à sua posição de liderança como chefe da direção de inteligência nos eventos de 7 de outubro”, afirma um comunicado publicado pelas IDF.
ראש אגף המודיעין, האלוף אהרון חליוה, בתיאום עם הרמטכ״ל, ביקש לסיים את תפקידו בעקבות אחריותו הפיקודית כראש אמ״ן באירועי 7/10.
לכל הפרטים: https://t.co/S9MCAXsuj8 pic.twitter.com/kinNRr3Czq
— צבא ההגנה לישראל (@idfonline) April 22, 2024
De acordo com o jornal The Times of Israel, a medida foi coordenada pelo chefe do Estado-Maior das IDF, tenente-general Herzi Halevi, e aprovada pelo ministro da Defesa local, Yoav Gallant.
O general já havia indicado que se demitiria após o fim das operações militares no território palestino, e agora deve continuar na função somente até a designação de um novo substituto.
Haliva, que é o primeiro oficial israelense de alto escalão demitido em decorrência do ataque do Hamas, também escreveu uma carta, em hebraico, na qual admite que a inteligência militar “não cumpriu a tarefa a que lhe foi confiada”.
“Falhamos em nossa missão mais importante e, como chefe da Diretoria de Inteligência Militar, assumo total responsabilidade pelo fracasso […] eu carrego comigo aquele dia negro desde então. Dia após dia, noite após noite. Levarei para sempre comigo a terrível dor da guerra”, lamenta.
O líder da oposição israelense, Yair Lapid, aproveitou a ocasião para pedir a renúncia do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticado também pelos próprios funcionários de seu gabinete por não conseguir resgatar os reféns mantidos pelo Hamas, desde 7 de outubro.
“A saída do chefe da inteligência militar é justificada e honrada. Seria oportuno se Netanyahu fizesse o mesmo”, disse Lapid.
Segundo o The Times of Israel, além de Haliva, outros altos funcionários da defesa também assumiram que têm responsabilidade pela ofensiva realizada pelo Hamas, incluindo o chefe da agência de segurança Shin Bet e o chefe de gabinete das IDF. No entanto, até o momento, nenhum deles anunciou, de fato, os planos para uma possível renúncia.
(*) Com Ansa