Com o agravamento da guerra no Oriente Médio e aumento frenético no número de vítimas fatais, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, informou ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, a urgência de um acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel.
“A prioridade máxima é o cessar-fogo para acabar com os combates o mais rápido possível”, afirmou o diplomata chinês, de acordo com um comunicado emitido por sua pasta.
O telefonema desta quarta-feira (06/12) foi uma oportunidade para Yi reforçar a Blinken a relevância de suas nações. Para o ministro chinês, os dois países [China e EUA], com as maiores influências nas relações internacionais, têm a responsabilidade de aliviar as tensões da guerra, parando as hostilidades entre as partes e aliviando a situação humanitária enfrentada pelos civis na Faixa de Gaza.
Yi destacou a “criação de dois Estados” como uma possibilidade na solução do conflito, alternativa que tem sido tradicionalmente defendida por Pequim. No entanto, deixou clara a necessidade de não desviar do “desejo do povo palestino” de ter uma nação independente e soberana, sem ocupação israelense, incluindo Jerusalém Oriental como capital.
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À esquerda, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi; à direita, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken
“A chave para resolver o problema é respeitar o direito da Palestina à construção da nação e à autodeterminação”, afirmou Yi, acrescentando que a China está totalmente disposta a colaborar com ambas as partes com o objetivo de, inicialmente, impedir a agressão contra Gaza para então, só depois, alcançar a “solução de dois Estados”.
De acordo com um comunicado do Departamento de Estado norte-americano, Blinken pediu ao ministro chinês esforços na criação de condições diplomáticas para evitar uma possível expansão do confronto em outras regiões.
Vale lembrar que a resistência islâmica no Líbano e no Iémen intensificou os seus ataques contra as instalações militares de Tel Aviv desde que a Faixa de Gaza passou a ser fortemente hostilizada, em 7 de outubro. Os Estados Unidos, apoiando a tese de “tudo para eliminar o Hamas”, deram carta branca aos crimes de guerra cometidos por Israel no território palestino. Além disso, as autoridades norte-americanas foram os maiores fornecedores de poder bélico aos israelenses, chegando a entregar milhares de toneladas de armas às forças de ocupação.