Desde os ataques do grupo palestino Hamas a Israel em 7 de outubro, países ocidentais têm defendido o direito à autodefesa israelense diante de um ataque “não-provocado”. No entanto, nesta sexta-feira (20/10), o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, falou pela primeira vez sobre planos de longo prazo para a guerra travada contra a Palestina. A informação é dos jornais Al Jazeera e Jerusalem Post.
Segundo a fala do ministro ao Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Knesset (Parlamento de Israel), a guerra anunciada no início do mês “será dividida em três fases”.
A primeira é “uma campanha militar de fogo e de manobra tática, cujo objetivo é assassinar agentes e danificar infraestruturas do Hamas”.
Em coerência com o anúncio, diariamente as Forças de Defesa Israelenses (FDI) anunciam estruturas do grupo danificadas por seus ataques. Além disso, na última quinta-feira (19/10), informaram que o chefe das forças de segurança do Hamas havia sido morto.
Segundo a agência de notícias italiana ANSA, Jehad Mohaisen foi morto junto com seus familiares no ataque à sua casa no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza.
As FDI também anunciaram a morte de um dos chefes de um grupo conhecido como Comitês de Resistência Popular (CRP), enquanto que a imprensa local informou que Jamila al-Shanti, viúva do fundador do Hamas, Abdel Aziz al-Rantisi, que morreu em 2004, foi assassinada.
Flickr/Israel Defense Forces
Segundo explicações do ministro israelense, Israel ainda estaria na primeira fase da guerra contra Palestina
O Jerusalem Post analisou que esta primeira fase ainda não foi concluída, e pode ser finalizada com a invasão terrestre de Gaza, anunciada por Israel em 13 de outubro.
Nesse contexto, encontra-se uma “nova realidade em que as FDI são a potência esmagadora em Gaza, encerrando a primeira fase”, ressalta o jornal israelense
Continuando a exposição do plano israelense para Gaza, Gallant afirmou que os ataques seriam menos intensos na segunda fase, travando “uma batalha de contra insurgência em níveis mais baixos”.
“Isto incluiria a resistência a táticas de guerrilha menores por parte do Hamas e de outros grupos jihadistas” que ainda não tenham sido executados pelas FDI.
O que permitira chegar na terceira parte do conflito, “a criação de um novo regime de segurança na Faixa de Gaza, a remoção da responsabilidade de Israel na região e a criação de uma nova realidade de segurança para os cidadãos de Israel”, informaram os jornais.
Apesar do Jerusalem Post analisar a fala do ministro como uma declaração de não-ocupação de Gaza por Israel, o portal reconhece que o representante não informou planos para a administração de Gaza “quando as FDI abrirem mão do controle” ou mesmo “se as FDI tentariam manter alguma presença com zonas de segurança dentro de Gaza, mesmo abrindo mão do controle dos assuntos civis”.