O Hamas anunciou que, na manhã desta quinta-feira (08/02), pelo horário local, a sua delegação liderada pelo vice-chefe do grupo palestino em Gaza, Khalil Al-Hayya, chegou ao Cairo, no Egito, com o objetivo de retomar as negociações sobre um possível acordo de cessar-fogo com Israel.
Segundo a emissora catari Al Jazeera, as autoridades egípcias estimaram que as novas discussões levariam pelo menos 10 dias antes do início de uma trégua, como parte da primeira fase do acordo.
Ainda de acordo com o veículo, a expectativa é de que a delegação do Catar também chegue ao Egito para discutir a solicitação realizada pelo Hamas em resposta à proposta original mediada entre Doha e Cairo, com a contribuição dos Estados Unidos e Israel.
Rejeição à proposta do Hamas
As movimentações desta quinta-feira ocorrem um dia após o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarar publicamente rejeição à proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, apresentada pelo Hamas no mesmo dia. O governo de Tel Aviv ironizou as condições levantadas pelo grupo como “exigências bizarras”.
Twitter/State of Palestine – MFA
Delegação do Hamas chega ao Cairo para novas negociações de cessar-fogo
O texto proposto na quarta-feira (07/02) pelo Hamas consistia em um plano dividido em três etapas, de 45 dias cada uma, para se alcançar uma trégua prolongada, começando pela libertação gradual de prisioneiros de ambos os lados.
De acordo com o canal Keshet 12, as autoridades israelenses teriam dito que Tel Aviv “não responderia às alterações propostas pelo Hamas até depois da reunião do Gabinete Político e de Segurança, prevista para a noite de quinta-feira”.
Diante desse cenário, o canal Al-Qahera News TV informou que, segundo uma fonte oficial egípcia, Cairo havia orientado todas as partes envolvidas nas negociações em curso para mostrarem “flexibilidade” para acalmar a situação.
Vale lembrar que Egito e Catar foram as principais nações mediadoras que ajudaram a concretizar uma trégua humanitária entre Israel e o Hamas, em novembro de 2023, que teve duração de uma semana. O primeiro acordo possibilitou a libertação de mais de 100 prisioneiros israelenses em troca de 240 mulheres e crianças palestinas detidas por Tel Aviv.