O presidente do Egito, Abdel-Fattah al Sisi, associou parte da responsabilidade das operações israelenses em curso na Faixa de Gaza ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), neste domingo (24/03), durante uma reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
“É importante que o Conselho de Segurança da ONU assuma sua responsabilidade relacionada à guerra em Gaza”, declarou al Sisi sobre o conflito que já tem deixado mais de 30 mil vítimas fatais no território palestino.
As palavras da autoridade foram expressadas por meio de comunicado, emitido logo após o encontro com o chefe da ONU no Egito. No dia anterior, Guterres realizou uma passagem por Rafah e declarou à imprensa local que uma possível invasão ao sul do enclave, como tem frequentemente ameaçado o premiê israelense Benjamin Netanyahu, se trataria de uma “catástrofe humanitária”.
Durante a reunião, o líder egípcio acrescentou que seu país tem feito “esforços intensivos” para alcançar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, permitir a troca de prisioneiros por meio de acordo Israel e Hamas, além de fornecer maior acesso à ajuda humanitária na região.
Ainda segundo o comunicado, Al Sisi elogiou o apelo feito pelo chefe da ONU como forma de incentivar a comunidade internacional a pressionar pelo fim da guerra de Israel contra o povo palestino, assim como sua disposição em aderir aos princípios do direito internacional e humanitário.
O presidente também mencionou as consequências da suspensão do financiamento à Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), citando o termo “punição coletiva” como diversas vezes o comissário-geral do órgão, Phelippe Lazzarini, tem se referido à conduta dos países que determinaram bloqueio de repasses.
“Isso é considerado punição coletiva de palestinos inocentes”, enfatizou o líder.
Por sua vez, Guterres reconheceu a importância do papel do Egito para a “estabilidade” da região, destacando seus esforços para a concretização de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas e para liderar o processo de entrega de ajuda ao enclave, apesar das dificuldades.
Para a autoridade, a única maneira “eficaz” de fornecer auxílio humanitário a Gaza é por meio da estrada e “requer que Israel remova os obstáculos restantes e os pontos de estrangulamento para o socorro”.
Esta se trata da primeira vez que o secretário-geral da ONU visita o Egito desde que Israel passou a intensificar suas operações militares no território palestino, em 7 de outubro de 2023. Guterres chegou no sábado (23/03) à cidade egípcia de El-Arish, adjacente à Faixa de Gaza, onde visitou pacientes palestinos em um hospital local.