Cerca de 300 manifestantes foram presos na tarde desta quarta-feira (18) em Washington, nos Estados Unidos, durante uma manifestação que pedia um cessar-fogo no conflito em Gaza, atualmente sob forte bombardeio israelense após um ataque sem precedentes do Hamas a Israel no último dia 7.
Os manifestantes, a maioria deles membros e simpatizantes dos grupos de judeus pró-palestina Jewish Voice for Peace e do IfNotNow, haviam ocupado o Cannon House Office Building, um prédio adjacente ao Capitólio norte-americano que abriga escritórios de diversos congressistas dos EUA.
Com camisetas que diziam “Não em nosso nome” e “Judeus pedem um cessar-fogo agora”, além de quipás e talits – xale religioso judaico – os manifestantes se mantiveram pacíficos, sentados no chão do edifício, dançando e cantando.
“Nós dissemos aos manifestantes que parassem a manifestação e, quando ignoraram, nós começamos a prendê-los”, disse a Polícia do Capitólio norte-americano em um comunicado. Segundo a polícia, os manifestantes entraram no prédio usando credenciais de visitantes, mas foram presos quando começaram a se manifestar, já que manifestações não são permitidas no edifício.
Jewish Voice for Peace / Twitter
Ato organizado por judeus pró-Palestina ocupa edifício adjacente ao Capitólio dos EUA
Enquanto isso, do lado de fora do Capitólio, outras centenas de manifestantes se aglomeravam, também pedindo um cessar-fogo em Gaza. Figuras como a escritora Naomi Klein, e as congressistas Rashida Tlaib e Cori Bush também participaram da manifestação.
“Nós estamos aqui para demandar um fim ao genocídio do povo palestino, apoiado e encorajado pelo governo dos EUA”, disse o grupo Jewish Voice for Peace no Twitter. “A raiz da violência é a opressão, e nós estamos aqui para dizer: 'não em nosso nome'. Nós temos o poder para parar as atuais atrocidades contra os palestinos. Nós nos recusamos a ficar parados enquanto o governo israelense comete um genocídio contra os palestinos em Gaza”.
“Veja o que está acontecendo em Gaza, veja a devastação em Gaza”, disse a rabina Linda Joy Holtzman, de 71 anos, durante a manifestação. “Se quiser ser capaz de viver consigo mesmo, precisa se levantar e acabar com o genocídio. Exijo um cessar-fogo agora mesmo.”
Em função dos protestos, o acesso do público ao Capitólio foi restrito, e as ruas contíguas foram bloqueadas. De acordo com a Polícia do Capitólio, o número de 300 presos poderia ser ainda maior.
(*) Com informações da CBS e Axios.