As autoridades dos Estados Unidos, do Catar, de Israel e do Egito trabalham em um acordo de pausa temporária que seja capaz de interromper as operações militares israelenses na Faixa de Gaza, permitindo uma nova rodada de troca de reféns entre Tel Aviv e o Hamas.
De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal britânico, The Guardian, neste domingo (28/01), as lideranças internacionais se reuniram na França para dar prosseguimento ao assunto.
A agência de notícias AP informou que os negociadores norte-americanos, incluindo o diretor da CIA (Agência Central de Inteligência), Bill Burns, apresentaram uma proposta baseada em uma pausa de dois meses nos ataques israelenses contra o povo palestino.
Segundo o veículo, a ideia consistiria em uma trégua humanitária inicial de 30 dias, priorizando a libertação de mulheres, idosos e israelenses feridos. Em seguida, na segunda fase do acordo, seria acrescentada uma pausa adicional de 30 dias, durante a qual os soldados israelenses e os reféns homens seriam libertados. Enquanto isso, Israel teria que se comprometer em aumentar a capacidade de ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza.
Twitter/State of Palestine – MFA
EUA, Egito, Israel e Catar discutem possível trégua de dois meses em Gaza
No entanto, nas últimas semanas, durante as discussões em Doha, no Catar, por diversas vezes o Hamas recusou aceitar qualquer acordo que não incluísse um cessar-fogo permanente. Mesmo com uma série de conversas com os países mediadores, as negociações ficaram travadas porque Israel nunca garantiu o fim da guerra.
Segundo o The Guardian, a expectativa é de que, nos próximos dias, Burns se encontre com o chefe da agência de inteligência Mossad de Israel, David Barnea, com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, e com o chefe da inteligência egípcia, Abbas Kamel, para discutir a possibilidade do acordo.
Diante de uma crescente pressão internacional, na noite de sexta-feira (26/01), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou a conversar com o líder catari, Xeque Tamim bin Hamad al-Thani, e com o mandatário egípcio, Abdel Fatah al-Sisi.
Em comunicado emitido pela Casa Branca, Biden e Sisi concordaram que “todos os esforços devem agora ser feitos para concluir um acordo que resulte na libertação de todos os reféns, juntamente com uma pausa humanitária prolongada nos combates”.
A reunião na França ocorre no momento em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sofre uma grande pressão internacional e, inclusive, de sua própria população. Nesta semana, mais de 20 familiares dos israelenses detidos em Gaza invadiram o Parlamento israelense exigindo que o premiê trabalhe efetivamente na libertação de reféns.