Os Estados Unidos elaboraram um novo projeto de resolução e propuseram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira (19/02), pedindo um cessar-fogo temporário na Faixa de Gaza “o mais rápido possível”. O texto apresentado por Washington também expressa repúdio à fase mais recente da operação israelense na cidade de Rafah, no sul do enclave, que abriga a maior parte dos palestinos em situação de refúgio e deslocamento forçado.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, que teve acesso ao documento, a expectativa é de que o órgão internacional apoie o apelo norte-americano “desde que todos os reféns sejam libertados” e, ao mesmo tempo, que possibilite a desbloqueio de “todas as barreiras de prestação de assistência humanitária” em Gaza.
O veículo ainda destacou o termo “cessar-fogo” mencionado por Washington, pela primeira vez desde 7 de outubro, representa uma “mudança significativa na linguagem”, levando em consideração que o governo de Joe Biden deu apoio à conduta de Israel por mais de quatro meses.
Outro detalhe que chama a atenção é a advertência norte-americana lançada às autoridades israelenses relativa à ofensiva terrestre em Rafah.
“Nas circunstâncias atuais, uma grande ofensiva terrestre em Rafah resultaria em mais danos aos civis e promoveria mais deslocamentos, potencialmente afetando países vizinhos”, explica o rascunho.
Twitter/DD Geopolitics
EUA propõem resolução da ONU para cessar-fogo temporário em Gaza
Ainda sem detalhes de quando ou até mesmo se o projeto será colocado em votação, a apresentação do texto norte-americano ocorre logo após a Argélia, atual membro árabe do Conselho, ter solicitado à casa a abertura para a votação de sua proposta, nesta terça-feira (20/02). O texto argelino consiste em um cessar-fogo humanitário imediato na guerra.
A embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield, sinalizou que o projeto da Argélia seria vetado, argumentando que ele poderia comprometer as “negociações sensíveis” sobre um possível acordo de troca de reféns entre Israel e Hamas.
Há mais de quatro meses desde o agravamento das operações militares israelenses em Gaza, o governo norte-americano tenta proteger Israel, seu aliado, da ação da ONU. Vale lembrar que o país chegou a vetar duas resoluções do Conselho de Segurança, e se absteve outras duas vezes.