Sábado, 19 de julho de 2025
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As Forças de Defesa Israelenses (FDI) utilizaram o chamado “Protocolo Hannibal” durante os ataques do grupo palestino Hamas no dia 7 de outubro do ano passado, denunciou o jornal israelense Yedioth Ahronoth. A medida pode pode ter resultado na morte de civis.

O protocolo, originalmente criado em 1986 após o sequestro de dois soldados israelenses pelo grupo libanês Hezbollah, foi mantido em sigilo por anos uma vez que estabelecia que a captura de militares por tropas inimigas fosse impedida a qualquer custo, o que incluía abrir fogo contra os capturados ou sequestrados, sejam civis ou não.  

Segundo relatos obtidos pelo jornal local, a diretiva, banida em 2016 nas forças israelenses, teria sido aplicada em situações que envolviam cidadãos que não faziam parte do Exército. 

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A investigação aponta falhas no sistema de comando, falta de comunicação e ordens para impedir o retorno de integrantes do Hamas à Faixa de Gaza “a qualquer custo”, o que poderia ter sido interpretado como autorização para abrir fogo contra veículos, mesmo que civis estivessem presentes.

Embora o nome “Hannibal” não tenha sido explicitamente mencionado, a reportagem levanta dúvidas sobre a efetiva abolição do protocolo, desafiando as garantias do Exército de sua extinção oito anos atrás.

Procedimento militar tem objetivo de evitar a captura de soldados, o que incluía abrir fogo contra os sequestrados, sejam civis ou não

Israel Defense Forces/Twitter

Ataque do Hamas em Kibbutz Kfar Aza, em 7 de outubro, segundo as Forças de Defesa Israelenses

Analisando especificamente os ataques em 7 de outubro, o Yedioth Ahronoth cita um incidente entre os assentamentos de Otaf e a Faixa de Gaza, onde cerca de 70 veículos foram alvejados, resultando em um ataque que teria matado mil combatentes palestinos, mas sem esclarecimentos sobre o número de reféns civis israelenses que podem ter sido vítimas.

Outro caso discutido na matéria envolve o kibutz [comunidade agrária] de Be'eri, próximo à Faixa de Gaza, onde relatos indicam que militares israelenses teriam atacado uma casa, mesmo após serem informados sobre a presença de militantes do Hamas e reféns no local.

Outro jornal israelense, o Haaretz, em editorial, pediu investigação imediata sobre as ações do Exército, enfatizando a relevância das respostas para os familiares dos reféns e para o público em meio ao atual conflito.

Questionado sobre as alegações, o Exército de Israel destacou o atual contexto de guerra e prometeu uma investigação detalhada quando a situação operacional permitir.

(*) Com Spuntiknews