Governo de Benjamin Netanyahu, está negociando secretamente com o Congo e outras nações para aceitar milhares de residentes da Faixa de Gaza que o governo israelense pretende realocar do enclave palestino, apresentando-o como um reassentamento “voluntário”, segundo uma fonte do The Times Of Israel.
“O Congo está disposto a acolher os migrantes”, confirmou à imprensa um alto funcionário do gabinete de segurança do país hebreu.
De acordo com o Programa Alimentar Mundial da ONU, 52,5% da população do Congo vive abaixo da linha da pobreza. Com elevados índices de desigualdade, conflitos armados recorrentes e insegurança regional, o país africano apresenta elevados níveis de desnutrição, insegurança alimentar e deslocamento.
A expulsão dos palestinos de Gaza no plano de reassentamento “voluntário” de Tel Aviv já foi mencionada por Netanyahu durante uma reunião com uma fração do Likkud na última segunda-feira (01/01). “O nosso problema é [encontrar] países que estejam dispostos a receber os habitantes de Gaza e estamos trabalhando nisso”, declarou, respondendo ao parlamentar Danny Danon, que afirmou que “o mundo já está discutindo as possibilidades de migração voluntária”.
Wafa
Palestinos deslocados mudando-se do norte para o sul da Faixa de Gaza
Os ministros de extrema-direita Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir também se manifestaram a favor dos planos de “migração” dos palestinos.
“Temos sido claros, consistentes e inequívocos ao afirmar que Gaza é terra palestina e continuará a ser terra palestina, sem o Hamas para controlar o seu futuro e sem grupos terroristas capazes de ameaçar Israel. Este é o futuro que procuramos, no interesse dos israelenses e dos palestinos”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Por sua vez, a ministra da Inteligência israelense, Gila Gamliel, disse na terça-feira (02/01) que “a migração voluntária é o melhor e mais realista programa do momento após o fim dos conflitos”. Durante uma audiência perante o Knesset, Gamliel disse que “o governo do Hamas entrará em colapso” e como em Gaza “não existem autoridades municipais, a população civil dependerá completamente da ajuda humanitária”. “O mundo deveria apoiar a migração humanitária, porque é a única solução que conheço”, declarou.