Enquanto os ataques israelenses se intensificam por toda a Faixa de Gaza e fazem centenas de vítimas fatais diariamente, a comunidade internacional tenta costurar novos discursos com relação à conduta das autoridades de Tel Aviv.
Os líderes do G7, grupo composto majoritariamente por países do Ocidente e que reúne as sete maiores economias do mundo – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido –, exigiram mais pausas humanitárias no território palestino.
O comunicado divulgado nesta quarta-feira (06/12) manifesta que “são necessárias ações mais urgentes para enfrentar a deterioração da crise humanitária em Gaza e minimizar as vítimas civis”.
No entanto, os dirigentes do grupo não abandonaram a tese do “direito de autodefesa” de Israel e responsabilizaram o Hamas pelos recentes e intensos ataques contra os palestinos: “Embora saudamos a recente pausa que permitiu a libertação de reféns e de ajuda humanitária vital a Gaza, lamentamos profundamente que o Hamas tenha recusado a libertar todas os reféns e as operações militares foram retomadas.”
O grupo também faz menção ao Irã, pedindo para que o país se abstenha de fornecer apoio ao Hamas, ao Hezbollah e aos Houthis do Iêmen, sem citar qualquer suporte dado por outras nações a Israel.
Twitter/BFMTV
G7 exigem mais pausas humanitárias em Gaza, mas seguem concordando com ‘direito de autodefesa’ e ataques de Israel contra Hamas
Premiê do Catar discute cessar-fogo com chefe da ONU
O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, também chegou a discutir o assunto com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. O líder árabe abordou questões relacionadas à nova fase da operação militar israelense em Gaza e nos territórios palestinos ocupados.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que as duas autoridades conversaram, por telefone, alternativas para implementar um cessar-fogo no conflito.
Mohammed reiterou a necessidade de criar corredores humanitários para garantir o fluxo adequado de ajuda aos palestinos, além da necessidade de fornecer proteção aos caminhões que transportam recursos básicos.
Essa movimentação internacional acontece no momento em que o exército israelense reforça e expande cada vez mais sua ofensiva contra Gaza, afirmando ter logrado “violar as linhas de defesa do Hamas”.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, admitiu, inclusive, avanços durante os combates em Jabalia, no norte de Gaza, no bairro de Shejaiya, na cidade de Gaza, e na cidade de Khan Younis, no sul, nos últimos dois dias.
As declarações foram dadas pouco depois que os militares israelenses confirmaram estar lutando “no coração” de Khan Younis, a segunda maior cidade do território palestino.